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Segurança

Crianças na água: todo cuidado é pouco

Estudo revela que 84% dos afogamentos, segunda causa de morte dos pequenos no país, ocorrem por distração dos pais

A mãe de Vitória fica de olho não só nela, mas também se há guarda-vida na piscina | Daniel Castelano/Gazeta do Povo
A mãe de Vitória fica de olho não só nela, mas também se há guarda-vida na piscina (Foto: Daniel Castelano/Gazeta do Povo)
Veja quais os cuidados que os adultos devem ter com as crianças nas piscinas |

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Veja quais os cuidados que os adultos devem ter com as crianças nas piscinas

Veja alguns casos atuais de crianças mortas por afogamentos no país |

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Veja alguns casos atuais de crianças mortas por afogamentos no país

Matinhos - A morte por afogamento de um garoto de 5 anos em uma piscina de Guaratuba na última sexta-feira mostra que os pais devem estar atentos quando a brincadeira envolve água. Estudo do especialista em afogamentos David Szpilman, diretor médico da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, indica que 89% das crianças não têm supervisão quando estão na piscina e 84% dos afogamentos ocorrem por distração do adulto que a acompanha. Tanto que os afogamentos são a segunda causa de morte entre crianças no país, perdendo apenas para acidentes de trânsito, segundo o Ministério da Saúde.

Dados do levantamento mais recente do ministério mostram que, em 2005, 1.496 crianças morreram afogadas em águas abertas, piscinas, banheiras e outras situações. Cerca de 32% delas tinham idade entre 1 e 4 anos; 25% entre 5 e 9 anos; e 40% entre 10 e 14 anos. Portanto, todo cuidado é pouco.

Até porque, conforme explica o tenente Leonardo Mendes dos Santos, relações-públicas do Corpo de Bombeiros, bastam quatro minutos de submersão para haver parada cardiorrespiratória – o que exige que o salvamento seja imediato. "O afogamento ocasiona falta de oxigenação, o que, se não levar à morte, pode deixar sequelas, como na fala e no raciocínio", enfatiza o tenente.

Para não dar chance ao azar, a funcionária pública Karise Klos Macioski, 34 anos, não tira os olhos do filho Nicolas, 5 anos, nas brincadeiras na piscina. "Sempre observo se o lugar é fechado e se não há crianças correndo e se empurrando", conta. Mesmo cuidado da bacharel em Direito Cláudia Maria de Azevedo Salles, 31 anos, mãe de Vitória, 4 anos. "Costumo verificar se tem pronto-atendimento no local. Aqui na associação que frequentamos há um ambulatório e recreacionistas para ajudar na supervisão", diz.

A coordenadora do programa Formação de Mobilizadores da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia, ressalta que é exatamente esta postura de zelo que os pais devem tomar. Segundo Alessandra, de uma forma geral, os pais geralmente não acreditam que algo grave possa acontecer com os filhos enquanto eles se divertem na água. "As crianças não têm noção do perigo. E esses são acidentes silenciosos, que acontecem em situações de lazer ou de distração dos pais", enfatiza.

Outra orientação é em relação aos motores de bombas nas piscinas. A diretora-presidente da Associação Férias Vivas, Silvia Basile, reforça que se o sistema estiver ligado, a entrada na água fica proibida. "Quem tem cabelo comprido deve perceber onde estão os ralos e não se aproximar, já que pode haver sucção. No caso de criança pequena, a situação é pior, já que ela não consegue se soltar sozinha."

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