Coceira, vermelhidão e desenhos que parecem formar um caminho na planta dos pés e na pele são indícios de bicho geográfico. A larva migrans, que causa a doença, penetra na pele de quem pisar na areia da praia ou em terreno arenoso que estejam contaminados.
A larva é encontrada nas fezes de cães e gatos. "É mais comum que a larva penetre nos pés, pernas e nádegas. Basta ter contato direto e prolongado com a areia contaminada", afirma a médica dermatologista Kátia Sheylla, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.
Segundo a dermatologista, a larva não consegue se adaptar bem à pele humana. Por isso caminha pela pele, fazendo túneis - de onde vem o nome bicho geográfico, já que os desenhos que se formam parecem mapas.
Para evitar a doença, é preciso que todos colaborem para manter a higiene da praia. A orientação aos veranistas é para não levarem cães e gatos à areia da praia e parquinhos. Se levarem, devem recolher as fezes. "Os proprietários são responsáveis pela saúde dos animais, por isso precisam levá-los periodicamente ao veterinário e dar os vermífugos corretamente. Assim, eles não ficam doentes e não contribuem para que outras pessoas fiquem", alerta Kátia.
Os pais devem ter atenção com as crianças, pois costumam sentar e brincar na areia e podem pegar a larva com mais facilidade. "A orientação para os pais é de que levem esteiras para a praia e não deixem os pequenos andarem na areia sem chinelos", comenta a dermatologista.
Kátia explica que apesar da facilidade aparente de detectar a doença, a pessoa deve procurar um médico, pois pode confundir o bicho geográfico com outras dermatoses (doenças de pele). Além disso, pode haver inflamação na pele, principalmente se a pessoa tiver alguma ferida. "Normalmente a doença é tratada com aplicação da pomada tiabendazol no local até cicatrizar. Mas, aconselho que a pessoa procure um médico para ter um diagnóstico preciso", afirma a médica dermatologista do Hospital de Clínicas.



