
Matinhos - Temperatura alta, sol durante o dia e muita chuva no fim de tarde. Essa é a expectativa para a temporada de verão, segundo estudo do Instituto Tecnológico Simepar, divulgado ontem. Entre janeiro e março do próximo ano, o órgão mostra que as praias paranaenses deverão ter uma estação parecida com a do ano passado, com temperaturas médias entre 20 e 30 graus e chuvas acima do nível normal durante todo o período.
Embora a possibilidade de chuva possa parecer pessimista para os veranistas, o meteorologista garante que quem visitar as praias do Paraná não vai estranhar, já que o clima será bem típico de nossa costa. "A temporada de verão já é naturalmente chuvosa no estado. Esse é o trimestre (janeiro, fevereiro e março) em que mais chove no ano. Quem visitar o Litoral paranaense vai enfrentar uma situação típica, já comum em anos anteriores", diz.
O profissional explica que as chuvas deverão ocorrer, predominantemente, nos fins de tarde e durante a noite ou seja, as tradicionais chuvas de verão , causadas principalmente pela combinação das temperaturas elevadas com a umidade que vem do mar. "O comportamento das chuvas nesse período é causado pelo encontro da massa de ar quente com a umidade do oceano. O ar quente quando encontra essa umidade transforma-se em nuvem de chuva", explica.
A pesquisa do Simepar leva em conta dados dos anos anteriores, além da análise dos fatores que influenciam no clima regional como as correntes marítimas, por exemplo. Pelo levantamento, os três meses terão índices de chuva atingindo picos superiores a 400 milímetros ao mês, volume classificado como "acima da média" pelo meteorologista Lizandro Jacobsen, do instituto.
Ainda de acordo com o Simepar, as temperaturas durante toda a estação deverão girar na média de 20 a 30 graus. "Essa é só uma média geral. Logicamente ultrapassará esses limites em determinados dias."
Comércio está dividido
A previsão do Simepar tem gerado sentimentos contrários nos comerciantes do Litoral. Para alguns, a possibilidade de um verão com chuva acima do normal pode ser desastrosa. Na contramão, outros empresários garantem que até faturam um pouco mais nos dias sem sol.
Um deles é o dono de um pequeno mercado no balneário de Gaivotas, em Matinhos, Damiano Barbosa. "Quando chove, as pessoas que iam para os bares e restaurantes acabam optando por fazer alguma coisa em casa. E aí recorrem aos supermercados e panificadoras", diz. "Mas isso quando a chuva não espanta os veranistas, quando eles já estão por aqui", ressalta.
Não é o que pensa o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Matinhos (Acima), Nelson Cotovicz. Para ele, chuva é sinônimo de poucos negócios. "No ano passado, por exemplo, todos falavam que iria ser uma excelente temporada, mas choveu quase todos os dias de janeiro. O resultado foi que tivemos vendas bem abaixo do esperado", exemplifica.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Pontal do Paraná (Aciapar), Odalbor Alves Ferreira, pondera. Ele concorda que para alguns estabelecimentos, a chuva aumenta o faturamento, mas o efeito negativo não pode ser totalmente descartado. Principalmente em bares e restaurantes. "No fim das contas, o mais prejudicado é o veranista, que tem as suas opções de lazer reduzidas", diz.




