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| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Outro lado

Segundo Fabio Antonio Rossi, gerente de contrato da empresa F. Andreis, que opera as embarcações que fazem a travessia de Guaratuba, a estrutura é suficiente para comportar o fluxo de veículos, mas o movimento desse ano foi atípico.

"Quando triplica o número de pessoas no Litoral, todos os serviços se complicam. Há engarrafamentos nas estradas, problemas com água e telefonia", afirma. "Mas hoje o serviço já está normalizado e não há filas".

Ainda de acordo com ele, o período de chuvas registrado no mês de dezembro atrasou a entrada em funcionamento da quinta balsa, que estava sendo reformada para comportar mais 12 veículos.

Ela já teria começado a operar no dia 30 de dezembro. "Quando o Ministério Público fez a foto da balsa parada, era de manhã e havia pouco movimento. Quando o fluxo é pequeno, como durante a madrugada e começo da manhã, não há necessidade para manter as cinco embarcações operando", afirma.

Outro dado rebatido pelo gerente é de que a fila para a travessia chegou a 35 km durante a quarta-feira (02). Segundo o registro da empresa, a fila de entrada no ferryboat pode ter chegado a ter no máximo 7 km de extensão nos horários de pico. "O que pode ter acontecido é que a fila se encontra com o engarrafamento dos carros que vão pela BR-376 na altura da Av. Paraná [em Guaratuba]. Na rodovia, sim, havia congestionamentos de mais de 30 km", diz.

Preço

R$ 4,80 é a tarifa atual do ferryboat, por eixo. O valor sofreu uma redução de 18,6% em novembro passado, já que a concessionária havia deixado de cumprir algumas das exigências do contrato.

Após muitos congestionamentos, o tempo de espera na fila do ferryboat entre Matinhos e Guaratuba caiu ontem para 30 minutos, mas as perspectivas para o fim de semana preocupam os veranistas. No dia 30 de dezembro a Justiça Estadual determinou que fossem feitas melhorias no serviço, operado pela Concessionária da Travessia de Guaratuba S.A., sob pena de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. A empresa F. Andreis, controladora da concessionária, alegou que no mesmo dia já tinha tomado as providências necessárias.

Pela decisão do juiz Thia­­go Bertuol de Oliveira, da Comarca de Guaratuba, era preciso que a embarcação Piquiri, que estava parada para reformas, voltasse a operar. Ele deu prazo de 24 horas para o cumprimento da determinação. No dia 1º de janeiro, às 19h, foi verificado em uma atividade de fiscalização que a embarcação estava parada, mas até agora não há decisão sobre a aplicação de multa.

O promotor de Justiça de Guaratuba, Diogo de Mattos, diz que há outros dois procedimentos em trâmite para apurar problemas na prestação do serviço. "Fizemos uma reunião com a empresa para tentar medidas emergenciais. Mas na temporada foi aquele caos e acabamos tendo de entrar com a ação", diz. Quem foi para o litoral passar o ano-novo enfrentou fila de até cinco horas para o ferryboat.

Fim de semana

A expectativa de filas fica ainda maior para este fim de semana, por causa dos shows­­ agendados em Guaratuba. Na última quarta-feira, foram registradas 24 horas de fila no ferryboat, segundo o soldado João Amorim, do posto da Polícia Rodoviária Estadual de Guaratuba, na PR 412. Segundo ele, são frequentes as reclamações dos usuários no próprio posto. "Ontem [quarta-feira] teve fila o dia todo e ela chegou a 35 km", conta.

A curitibana Giovanna Mazzarotto demorou meia hora na fila para o trajeto de balsa entre Guaratuba e Caiobá na tarde desta quinta-feira. "Eu tinha marcado um almoço e acabei perdendo por causa da demora", conta. Como pretende assistir ao um show que acontece hoje- a partir das 23h em Guaratuba, ela já se programou para sair às 18h, prevendo outra fila. "Uma ponte seria muito interessante, porque depender da barca é complicado", diz.

Atualmente, cinco embarcações fazem o serviço. A embarcação Piquiri tem capacidade para transportar 48 veículos. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), mais de 1,5 milhão de pessoas atravessam a baía a cada temporada.

Outro lado

A concessionária foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento desta edição. Em nota divulgada na quarta-feira, alegou que em 30 de dezembro, às 20h30, quando foi notificada da decisão judicial, a embarcação Piquiri já estava em pleno funcionamento.

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