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Banho

Maré baixa não significa mar seguro

Marili dos Santos Kowalsky e a filha Francieli foram surpreendidas pela maré e ficaram sem faixa de areia na praia | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Marili dos Santos Kowalsky e a filha Francieli foram surpreendidas pela maré e ficaram sem faixa de areia na praia (Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo)

Matinhos - O banhista que vai à praia nesta época do ano, em que a maré está mais baixa, pode até pensar que o mar está mais tranquilo. Puro engano. Não é porque a maré está mais baixa que o banhista pode se aventurar. Um comportamento comum – e pe­­rigoso – é avançar mais ao fundo, já que os bancos de areia ficam expostos com a maré baixa. Só que entre o banco de areia e a orla há uma vala que fica mais profunda com o aumento da maré, segundo explica o major do Corpo de Bombeiros Paulo Henrique de Souza, que atua na Operação Verão. "Quando a pessoa tenta voltar para a praia o mar estará mais fundo e aí pode ocorrer acidentes", afirma.

O risco é maior nesta época de lua cheia, com a maré se comportando de maneira diferente. A lua cheia, assim como a lua nova, tem a característica de deixar a maré mais baixa e mais alta do que o normal, o que causa intensificação das correntes de retorno. Essas correntes puxam o banhista para dentro do mar e estão associadas a 85% dos incidentes que ocorrem com banhistas no Litoral, segundo o major.

"Sempre, em qualquer situação, pedimos para que o veranista tome cuidado com a movimentação de marés", diz Souza. Ele explica que essa movimentação tende a durar mais tempo e a ser mais intensa em período de lua cheia e de lua nova. Segundo o bombeiro, os afogamentos normalmente ocorrem na metade do processo de subida ou descida da maré.

Outro cuidado é para os que frequentam balneários com acesso determinado pelas marés, como a Ilha do Farol, em Caiobá, e a Ilha do Saí, na divisa com Santa Catarina. "Se não tomar cuidado, na volta a maré vai estar cheia e o veranista não vai poder voltar", diz Souza. Ele explica que leva horas para uma variação significativa na altura da maré. Quando ocorre, o problema é que as pessoas podem insistir pelo retorno e sofrer acidentes.

Surpresa

Normalmente há duas marés altas e duas marés baixas por dia. A corretora de seguros Marili dos Santos Kowalsky e a filha Francieli não esperavam a variação de maré no último domingo. Marili saiu de Curitiba rumo a Matinhos para aproveitar o dia de sol. Chegou por volta das 11h30, deu uma olhada na praia, mas preferiu almoçar antes. "A maré estava bem baixa, mas encheu muito. Quando voltei, nem deu para armar guarda-sol", diz. A maré já tinha encoberto a faixa de areia.

Segundo o professor-doutor José Claro da Fonseca Ne­­to, colaborador do Centro de Estudos do Mar da Uni­ver­sidade Federal do Paraná, essas variações diárias são regidas pela ação gravitacional. "Na lua cheia acontecem as maiores amplitudes. A maré sobe muito, atinge partes superiores das praias, e, quando desce, expõe áreas submersas."

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