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Verão

Matinhos, passado e presente

O verão de décadas atrás na cidade era muito mais calmo, já que a temporada de fato era no inverno para se fugir da malária

Ruas planejadas, com poucos casarões em estilo alemão que abrigavam turistas durante as férias de julho. Os veranistas que frequentam Matinhos hoje provavelmente não imaginam, mas esse era o cenário da cidade na década de 1930, quando começou a se transformar em um ponto turístico.

Bem diferente da cidade atual agitada nos meses de verão, com prédios altos e trânsito complicado na temporada, Matinhos já foi considerada uma cidade destinada exclusivamente ao descanso.

De acordo com o geólogo e pesquisador João José Bigarella, autor do livro "Matinho: Homem e Terra Reminiscências...", a cidade recebia famílias que procuravam o sossego na época de inverno – ao invés do verão, época de ocorrência de malária. Loteamentos na região de Caiobá recebiam mais cuidado e atenção para construção de casas e ruas.

Mas no início da década de 1960, quando os primeiros edifícios foram construídos, o crescimento da região e a expansão imobiliária mudaram as características da cidade para um local bem mais agitado no verão. "Os interesses econômicos mudaram a cidade e a transformaram em ponto de visitação apenas destinado à praia", comenta o professor.

O maior crescimento ocorreu em direção à Praia Brava de Caiobá na década de 1980, época em que grande parte dos casarões começou a dar lugar aos edifícios. "Inclusive houve uma campanha com participação de moradores para limitar a expansão na Praia Mansa", conta Bigarella. Mesmo com a resistência, a cidade ganhou cada vez mais edifícios na região do balneário, que hoje é mais frequentado por turistas do que a praia central de Matinhos na temporada de férias, no início do ano.

Com a expansão no sentido do Morro do Boi, o município ficou dividido entre Norte e Sul, com características diferentes. Próximo a Pontal do Paraná, Matinhos ainda preserva a essência de um local para descanso, segundo Bigarella. "Mas a expansão de prédios deve continuar naquela direção. Isso na verdade já pode ser notado na Praia Central", analisa. Tudo muito diferente de décadas atrás.

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