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Comportamento

O que houve com os amores de verão?

Pesquisa diz que a maioria das pessoas não paquera na praia. Será? Fizemos uma blitz para saber como andam os corações solitários e tentar entender o que anda atrapalhando os romances

 | Antonio More/Gazeta do Povo
(Foto: Antonio More/Gazeta do Povo)
Renata Ziliotto, Luisa Tavares, Thiago Simione, Jorge Augusto e Edward Rafael em plena ação na balada |

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Renata Ziliotto, Luisa Tavares, Thiago Simione, Jorge Augusto e Edward Rafael em plena ação na balada

Para Fernanda, Juliane e Letícia falta gentileza nas abordagens |

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Para Fernanda, Juliane e Letícia falta gentileza nas abordagens

"Você é astronauta?", pergunta o rapaz a uma desconhecida, no meio da balada. Diante da negativa, a resposta: "É que seu corpo parece ter vindo de outro mundo", diz o rapaz.

A cantada, relatada por uma veranista do Litoral do Paraná, reúne em apenas duas frases a maioria dos erros cometidos pelos xavecadores do verão. Além do estilo franco-atirador, a exaltação a partes do corpo e o tom debochado na abordagem desagradam as mulheres e aumentam – e muito – as chances de o autor ser rejeitado.

O espírito despojado e brincalhão do verão seria, na opinião dos veranistas, o grande responsável pelas paqueras desajeitadas. Passando férias em outra cidade – entre pessoas desconhecidas, teoricamen-te –, os frequentadores das areias e das baladas praianas sentem-se mais à vontade para queimar o filme. "Eles não sabem nem o nosso nome e já querem agarrar. É bem raro alguém que queira conversar e conhecer a outra pessoa", reclama a estudante Letícia dos Santos, de 19 anos. "Na praia é pior. Vem muita gente de fora só para fazer bagunça", complementa a amiga Juliana de Paiva, também estudante de 19 anos.

Ambas são moradoras de Pontal do Paraná e afirmam que a paquera não é o principal motivo pelo qual frequentam as danceterias da cidade. Porém, confessam, estão abertas para iniciar uma boa conversa. "Desde que o cara seja gentil, tenha criatividade e se mostre realmente interessado", ressalva Fernanda Rodrigues, de 18 anos, a terceira integrante do grupo de solteiras.

De acordo com um levantamento sobre o perfil do veranista, feito pela Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo, apenas 31,59% dos entrevistados admitem paquerar na praia. O que a pesquisa feita com pessoas de todos os estados civis e idades estaria demonstrando? Queda no ânimo dos veranistas? A engenheira ambiental Lorena Cemim, de 24 anos, acredita que não. "As pessoas paqueram mais, mas a estratégia é sempre igual", avalia a curitibana. "Cantadinha com piada até acho divertido, mas quando o cara chega bêbado não tem a menor chance."

Já o estudante Jorge Augusto dos Santos, de 18 anos, é categórico. "O pessoal vem para a praia para paquerar, mesmo, e não para fazer amigos. É mais fácil de chegar junto por ser praia, verão...", explica. Porém, ele reconhece a necessidade de ter boas estratégias para a conquista. "Precisa ter um bom papo. E se for em baladas de pagode ou sertanejo, tem de saber dançar. Elas se interessam se acham você bonito ou se tem uma boa conversa", ensina.

Ainda segundo a pesquisa, 49% dos entrevistados declararam ser mais difícil encontrar parceiros para um relacionamento sério no Litoral. Para 39,55% encontrar o amor na praia costuma ser fácil, e 4,98% afirmam ser indiferente o local para a paquera. Apesar de as areias da praia conterem várias histórias de enlace com final feliz (leia duas delas ao lado), os veranistas avaliam que a distância geográfica é o principal fator pelo qual o amor de verão dificilmente engata a segunda marcha e sobe a Serra do Mar. "Como vem gente de várias cidades, fica impossível manter um relacionamento sério depois", afirma Lorena.

Para Jorge Augusto e os amigos Thiago Simioni, 18 anos, e Edward Rafael Souza, 19, que são de Curitiba mas cursam faculdade no Litoral, morar nas cidades anfitriãs acaba sendo uma vantagem competitiva. "As meninas que vem para cá procuram alguém que tenham uma cabeça diferente", avalia Jorge Augusto. "E que surfe!", completa Edward.

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