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O folião que for curtir o Carnaval nas praias e sentir a bexiga apertar deve pensar bem no que vai fazer. Entre as opções estão procurar um banheiro público ou até pagar para utilizar os sanitários do comércio. A única solução que não pode passar pela cabeça dos veranistas é urinar nas ruas. Pois assim como aconteceu nos blocos do pré-Carnaval do Rio Janeiro no último final desemana, quando 20 foliões foram presos por urinarem na rua, quem for flagrado com o mesmo comportamento no Litoral do Paraná será primeiro orientado pela PM a não fazer isso. Caso não acate a recomendação, poderá ser conduzido para uma delegacia, onde terá que assinar termo circunstanciado.

"Esta não é a principal função da PM no carnaval. Mesmo assim, quem for flagrado cometendo esse ato obsceno, que também é um desrespeito ao patrimônio público e privado, certamente será penalizado", afirma o tenente-coronel Flávio José Correia, coordenador da PM na temporada.

A urina nas ruas pode causar mais problemas do que alguns foliões imaginam. A exposição prolongada à urina danifica estruturas de concreto armado, que com o tempo podem ruir, explica o engenheiro civil José Rodolfo de Lacerda, professor aposentado da Universidade Federal do Paraná.

Lacerda explica que a uréia – um dos componentes da urina – penetra nas microfissuras do concreto armado, o que com o tempo danifica partes da estrutura ou até mesmo toda ela. "Tudo que tiver aço será danificado: grades, portões e construções feitas com concreto armado", afirma o engenheiro civil. O problema se agrava no Litoral por causa da maresia. "A urina pontecializa a maresia. A estrutura com o tempo não aguenta e cai. Foi o que aconteceu com o Estádio da Fonte Nova, do Bahia, em Salvador", alerta.

Em relação à saúde, a médica Viviane Maria de Carvalho Hessel Dias, coordenadora do serviço de controle do Hospitalar do Nossa Senhora das Graças, explica que as poças de urina atraem roedores, que também urinam no local. Se a urina do rato estiver contaminada, há risco de contrair leptospirose. "Não é preciso ter cortes nos pés para contrair a doença, basta ter contato. Nunca se sabe no que se está pisando", alerta a médica.

Viviane destaca ainda que a urina contém bactérias, que se proliferam no composto que fica acumulado nas ruas. E isso pode representar o risco de outras infecções.

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