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Exposição prolongada aos raios solares é perigosa: todo cuidado é pouco | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Exposição prolongada aos raios solares é perigosa: todo cuidado é pouco| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O verão está chegando e é hora de dar adeus àquela pele em tom branco-apartamento. O sol faz bem, mas é preciso ter cuidado na piscina, na praia, na cachoeira ou ainda em alguma aventura pela cidade. Uma porque ninguém quer ficar todo queimado ou vermelho como um camarão. Outra porque a exposição à radiação ultravioleta (UV), presente nos raios solares, é cumulativa. Aquelas sapecadas da infância e adolescência somadas a maus hábitos na vida adulta podem ser a origem de alguns problemas. O bronzeamento traz pintas, sardas, manchas e pode causar até tumores de pele. O câncer de pele é o de maior incidência no Brasil – o Instituto Nacional de Câncer estima que até o fim do ano sejam contabilizados 134.170 novos casos. Sua letalidade, entretanto, é baixa. Mesmo assim, todo cuidado é pouco e é melhor não arriscar. Por isso, conversamos com a dermatologista Fabiane Mulinari Brenner, do Hospital Vita e professora da Universidade Federal do Paraná, e com José Luiz Takaki, cirurgião plástico e médico do serviço de queimados do Hospital Evangélico, que passaram as principais orientações para quem vai sair ao sol neste fim de ano.

Ilustrações: Felipe Lima/Gazeta do Povo

Proteja-se, seja na praia ou na cidade

Vai sair no sol? Fique alerta. Além do protetor solar, use outros aliados a seu favor. Chapéus, bonés, óculos de sol e guarda-sóis ajudam em uma proteção mais efetiva. "Existem roupas e tecidos que refletem a luminosidade solar, mas basta você estar num local que faça sombra que já terá os mesmos benefícios", lembra José Luiz Takaki, do Hospital Evangélico. Uma dica é usar roupas em tons claros, porque elas refletem mais o sol enquanto as cores escuras absorvem o calor e a radiação. Já na hora de escolher a barraca ou guarda-sol, opte pelas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. Os produtos de náilon deixam até 95% dessa radiação passar.

O uso de chapéus e bonés também é recomendado: protegem o couro cabeludo e os cabelos. Para quem quiser cuidar melhor das madeixas, a dermatologista Fabiane Mulinari Brenner lembra que existem cremes com proteção solar, especialmente para cabelos tingidos. "Condicionadores e cremes com filtro têm seu espaço, nesse caso", diz. Já para os carecas, não tem jeito: protetor solar e chapéu e boné são imprescindíveis.

Protetor solar para evitar as "tostadas"

Se você é do tipo que pensa que passar uma camada de protetor solar te deixa protegido o resto do dia, está errado. A orientação dos médicos é para reaplicar pelo menos a cada duas horas – na praia o intervalo deve ser menor, a cada hora. E fique atento ao horário: nada de exposição prolongada entre 10 e 16 horas, porque nesse horário a incidência do sol – com raios ultravioleta e infravermelhos –, não vai causar bronzeamento e sim queimaduras.

A dermatologista Fabiane Mulinari Brenner explica que o fator de proteção solar (FPS) que aparece no rótulo dos protetores é relacionado aos raios ultravioletas B, que causam manchas e até câncer. O ideal é escolher um filtro com proteção mínima de 30 – abaixo de 15 o nível de proteção não é considerado bom pelos médicos.

José Luiz Takaki faz uma ressalva: uma loção de fator 60 não garante duas vezes mais proteção que outra de fator 30. Enquanto o número dobra, o aumento de proteção é em valor porcentual, não tão grande. Mesmo assim, quanto mais alto o número, mais espesso o creme e pode-se deixar maiores intervalos para reaplicar o produto.

Mormaço também bronzeia

Não é porque o sol não está brilhando lá no céu que o uso do protetor solar é desnecessário. "Mormaço queima sim e mais que o sol brilhante, porque você não tem o mesmo tipo de cuidado que no sol", resume o médico José Luiz Takaki. Ele explica que muitas vezes o mormaço causa mais queimaduras, porque a pessoa não sente que a pele está queimando, já que a combinação de tempo nublado e vento mascara a sensação na pele.

Aliás, quem está em busca da cor do verão deve ficar atento ao uso de produtos como bronzeadores artificiais. As máquinas de bronzeamento já foram até proibidas, mas os cremes, vale lembrar, são produtos químicos que interagem com a pele. No longo prazo, podem até causar problemas.

Já quem gosta de um acelerador de bronzeado, também precisa cuidar. A dermatologista Fabiane Mulinari Brenner lembra que produtos caseiros estão fora de cogitação e mesmo os industrializados não são aconselhados. "Eles aumentam a pigmentação da pele e a chance de queimaduras. Melhor evitar", diz.

Queimou? Beba água e use hidratante

Não se cuidou no sol e agora está todo vermelho e queimado? "Depois de queimar, é preciso hidratar bem a pele e tomar bastante líquido. Quem tiver dor na queimadura precisa procurar um médico e até tomar remédio", explica a dermatologista Fabiane Mulinari Brenner. Ela explica que os cremes pós-sol e hidratantes podem ajudar na hidratação da pele, mas não se pode esquecer de ingerir muito líquido, de preferência água.

Soluções caseiras também não são bem vindas aqui. O médico José Luiz Takaki lembra que hidratantes e pós-sol resolvem temporariamente o problema, mas dependendo das substâncias usadas em cima de queimaduras, o diagnóstico pode até ser dificultado. Ele sugere usar um pano molhado sobre a área queimada, impedindo a entrada de luz. Segundo o médico, em 30 a 40 minutos já dá para sentir uma diminuição da dor, porque a terminação nervosa que estava exposta superexcitada. Se a ardência e incômodo persistirem por mais de 12 horas, é o momento de procurar um médico.

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