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Emprego

Temporada é hora de ganhar dinheiro

No período mais movimentado das praias, muita gente sai de suas cidades para trabalhar no Litoral e fazer um bom pé de meia para o ano todo

Noivos, Emanuel Menin e Francielly Barbosa vão pagar a viagem da lua de mel a Buenos Aires com a venda de picolés nos balneários de Pontal do Paraná | Priscila Forone / Gazeta do Povo
Noivos, Emanuel Menin e Francielly Barbosa vão pagar a viagem da lua de mel a Buenos Aires com a venda de picolés nos balneários de Pontal do Paraná (Foto: Priscila Forone / Gazeta do Povo)

Os noivos Emanuel Menin e Francielly Barbosa agem como veranistas normais. Todos os dias eles acordam cedo, ajeitam as coisas em um isopor e partem para a areia de Praia de Leste, em Pontal do Paraná, onde estão passando a temporada. Mas, ao contrário da maioria dos veranistas, eles não vão para a praia para se divertir.

Enquanto muitos esperam a temporada para descansar, o casal está no grupo que vai para o Litoral nesta época do ano para ganhar dinheiro e fazer um pé de meia para o ano todo. No caso desse casal de professores – ele é de Curitiba, ela de São José dos Pinhais –, o objetivo é reforçar o orçamento para bancar a viagem de lua de mel em Buenos Aires, na Argentina. O casamento está marcado para abril e desde 24 de dezembro eles percorrem as praias de Pontal do Paraná para vender picolés.

"Escolhemos vender picolés na confiança de que o comércio dá dinheiro, porque o investimento é baixo e o retorno é garantido. Queríamos casar sem ter nenhuma dívida, já que o resto das despesas já estão pagas", comenta Menim. Os dois compram os produtos em Curitiba e revendem na praia. O negócio até agora tem sido satisfatório e deixado os dois otimistas.

Em um dia de boas vendas, Menin e Francielly chegam a ganhar R$ 450 e a previsão é de ganhar entre R$ 8 e 10 mil até o começo de fevereiro, quando devem retornar. O valor é mais do que o suficiente para pagar as despesas do pacote de viagem da lua de mel, de seis dias, a Buenos Aires, no valor de R$ 3,8 mil.

Além de juntar o dinheiro pretendido, o casal diz que trabalhar na praia também tem suas vantagens. "Aqui é menos estressante e no final do dia a gente não fica reclamando de diretor ou de aluno", compara Francielly. "A gente se diverte o dia inteiro", diz Menim.

O paraibano Wiliamis dos Santos, 24 anos, também está otimista com a temporada. Ele veio da cidade de São Bento, a 400 quilômetros da capital da Paraíba, João Pessoa, para vender redes na praia de Caiobá, em Matinhos. Foram 3,1 mil quilômetros que ele e outros 11 conterrâneos percorreram até chegar ao Litoral do Paraná. "A gente saiu da Paraíba dia 3 de julho e foi vendendo redes em outros estados, como Pernambuco, Bahia, Espírito Santo e Goiás. Chegamos aqui dia 26 de dezembro", conta Santos.

A indicação do emprego temporário veio do patrão, que abriu uma empresa registrada na cidade para comercializar o produto. O preço das redes varia entre R$ 15 e R$ 150 e a cada dez unidades vendidas ele tem um lucro de R$ 50. "Vou ficar em Matinhos até depois do carnaval. Depois subo para Curitiba e vou vender redes por lá até setembro", planeja Santos. Depois disso ele retorna à Paraíba e tira dois meses de férias. Na sequên­­cia, volta a Matinhos para a próxima temporada.

Efetivação

Às vezes a experiência pode dar certo e o temporário virar definitivo, como foi o caso do vendedor Levi Ananias, de 41 anos, que há um ano trocou Curitiba por Matinhos. "Vender amendoim dá mais dinheiro do que construção civil", compara. Depois da terceira temporada, ele abriu mão do salário de cerca de R$ 750 para ganhar perto de R$ 600 em um único fim de semana de movimento bom na praia. Fora de temporada, Ananias vende amendoim em Paranaguá.

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