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Transporte

Viabilização do metrô depende do cumprimento de várias etapas

Ministro Paulo Bernardo esclarece que empreendimento não tem sequer projeto

Audrey Tautou e Tom Hanks em cena de "O Código da Vinci" | Divulgação/Sony Pictures Entertainment
Audrey Tautou e Tom Hanks em cena de "O Código da Vinci" (Foto: Divulgação/Sony Pictures Entertainment)

Brasília – A liberação da verba do governo federal para a construção do metrô em Curitiba ainda depende da elaboração de um projeto final para o novo sistema. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, desmentiu na quinta-feira (12) a informação veiculada pela prefeitura de que poderia anunciar o repasse de metade do R$ 1,25 bilhão necessário para a obra na próxima segunda-feira. "Não somos fábrica de dinheiro. Tem de ter avaliação técnica, ver se o projeto é consistente e, por enquanto, o que existe é só um estudo de pré-viabilidade", disse.

Bernardo explicou que foi informado da situação pelos jornais, apesar do prefeito Beto Richa (PSDB) ter enviado na quarta-feira (11) um ofício ao ministério para a apreciação do tema. Ele estará em Curitiba, na segunda-feira, para realizar uma palestra sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a convite da Associação Comercial do Paraná. "A sensação que eu tive é que souberam que eu vou para a cidade e resolveram criar uma saia-justa."

O ministro afirma que há uma série de etapas que precisam ser cumpridas para que uma obra seja incluída no orçamento. A prefeitura ainda não teria superado a primeira, que é a de viabilidade. Depois, é necessária a conclusão de um projeto básico, que demora cerca de seis meses, e outro de execução.

Segundo Bernardo, se o município agir rápido, é possível que o custo desse último projeto seja inserido no Plano Plurianual (PPA) de 2008/2011, que será fechado em agosto. Já o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Augusto Canto Neto, disse na quarta-feira (11) que esperava que o financiamento total da obra pudesse estar no PPA ou até entrar no PAC. Dos R$ 1,25 bilhão, metade seria financiada pela União, 32% por parcerias público-privadas e 18% pela prefeitura.

Esses R$ 612,5 milhões a cargo da União superariam a ação mais cara do governo federal prevista no PAC, o Corredor Ferroviário do Oeste do Paraná. A obra, que atinge a região de Guarapuava, deve consumir cerca de R$ 400 milhões. Em números, o metrô de Curitiba estaria próximo em custo à construção da última parte do Rodoanel de São Paulo, orçado em R$ 1,2 bilhão, e que também contará com recursos da União.

Bernardo lamentou a postura de Canto Neto, que teria se adiantado às conclusões do ministério. "Foi uma forma deselegante de tratar um assunto tão importante. Se nós conseguirmos montar uma equação para o metrô, ou qualquer outra obra para melhorar a situação do transporte de massa em Curitiba, é uma alegria. Mas temos de seguir os trâmites."

O ministro também explicou a situação de outras capitais que receberam recurso para obras similares. No último dia 29, ele próprio anunciou a liberação de R$ 1,5 bilhão para os metrôs de Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Salvador. Ele afirmou que nessas cidades havia projetos finais ou os sistemas já funcionavam e que a verba seria aplicada em melhorias técnicas ou ampliação de linhas.

De acordo com dados do Ministério, há outras cidades com intenções de construir metrô. A prioridade, no entanto, é dada para obras adiantadas. Bernardo disse que sabe da situação de Curitiba e do levantamento feito pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos no município. "Mas é importante que fique claro: o que estamos ainda analisando é a possibilidade de elaboração do projeto. Não há que se falar em liberação de dinheiro sem isso."

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