Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Cirurgia plástica

Vigilância do PR apreende 10 mil próteses de silicone

Estoque de implante francês estava na sede da importadora,em Almirante Tamandaré. Material será analisado pela Anvisa

Veja os riscos que a prótese oferece |
Veja os riscos que a prótese oferece (Foto: )
Ao todo, 10.680 próteses PIP, fabricadas na França, foram apreendidas pela Vigilância Sanitária para averiguação |

1 de 1

Ao todo, 10.680 próteses PIP, fabricadas na França, foram apreendidas pela Vigilância Sanitária para averiguação

A Vigilância Sanitária do Paraná apreendeu 10.680 próteses mamárias da marca francesa Poly Implants Protheses (PIP) ontem, em Almirante Taman­daré, na região metropolitana de Curitiba. O material estava na sede da empresa EMI Importação e Distribuição Ltda, que é a única importadora da marca no Brasil. A companhia tem sede na cidade paranaense. As próteses oferecem risco às pacientes por conter silicone industrial e ter mais risco de rompimento.

Segundo Paulo Costa San­tana, chefe da Vigilância Sanitá­ria Estadual, o material apreendido estava em 500 caixas fechadas com próteses de diferentes tamanhos e formatos. Os agentes agora separam amostras das próteses para enviar o material para análise da Anvisa. Segundo Santana, o órgão pediu dez amostras de cada lote. Já foram enviadas amostras de 30 lotes.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), cerca de 12 mil brasileiras possuem o implante francês. Até 2010, quando a comercialização do silicone dessa marca foi proibida no Brasil, 34.631 próteses foram importadas. Destas, 2.084 vieram para o Paraná, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), e 1.507 foram vendidas em Curitiba.

Registro

Ontem, sócios da EMI se reuniram com técnicos da Anvisa, em Brasília, para pedir o retorno do registro do produto no Brasil. Os empresários argumentaram que as taxas de rompimento dos implantes são menores do que as apresentadas por outros fabricantes e que o gel usado no interior das próteses é seguro. No encontro, se esforçaram para tentar reverter a decisão da Anvisa de descartar os implantes que estão em estoque argumentando que o assunto ainda está em discussão em várias partes do mundo.

A venda do produto no mercado brasileiro foi suspensa em abril de 2010, logo depois da informação de que a prótese havia sido fabricada com um silicone que não é de uso médico. O estoque brasileiro é um dos maiores do mundo. Há duas semanas, diante dos resultados de testes apresentados por autoridades sanitárias francesas, a Anvisa cancelou o registro do produto. Desde 2010, a Anvisa registrou 12 notificações de pacientes relacionadas às próteses. No período, a agência registrou 94 reclamações de implantes mamários.

O sócio da EMI, John Arnstein, disse estar confiante que o resultado da análise na Anvisa comprove que não há motivo para o material ser descartado.

Na França, o fundador da fábrica que produziu os implantes PIP, Jean-Claude Mas, assumiu diante da polícia que produziu um gel de silicone não aprovado, derivado de uma fórmula própria, e que enganou o órgão certificador desde 1993. Mas, segundo ele, a prótese não traz risco para a saúde.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.