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A queima de espécies invasoras é uma forma de recuperar os ecossistemas do parque | Luciano Mendes/ Gazeta do Povo
A queima de espécies invasoras é uma forma de recuperar os ecossistemas do parque| Foto: Luciano Mendes/ Gazeta do Povo

Quem passar pela BR-376 hoje e avistar fumaça no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, não deve se assustar. O Conselho Gestor vai adotar a técnica do fogo controlado para manejar espécies invasoras e recuperar a fauna. O objetivo é devolver ao parque as mesmas características que havia em 1953, quando a unidade foi criada por decreto estadual. A técnica será adotada neste ano e deve se estender pela próxima década.

O fogo controlado será feito por técnicos acompanhados do Corpo de Bombeiros. A primeira ação está agendada para hoje, entre o fim da manhã e o meio da tarde. Em caso de vento forte, o trabalho será adiado. A primeira área a receber o fogo controlado mede 23 hectares e se estende da igreja desativada até a portaria, bem próximo da rodovia.

O manejo vem sendo discutido desde 2005 e teve os primeiros experimentos em 2009. A técnica foi definida após estudos que envolveram professores da Universidade Positivo e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Nas primeiras áreas queimadas para a pesquisa, verdadeiros capões voltaram a ser campos naturais. "Já pude ver veados no campo que foi recuperado", conta a gerente do parque, Angela Dalcomune, lembrando que a recuperação do ecossistema favorece flora e fauna. O estudo mostra ainda que o fogo controlado recompõe os nutrientes do solo.

É a primeira vez que uma unidade de conservação do Paraná utiliza a técnica para controlar espécies invasoras numa área grande. Ainda neste ano, mais 51 hectares serão queimados. Conforme a gerência da unidade, os riscos de incêndio existem. Por isso, há aceiros prontos (caminhos entre a mata que impedem que o fogo passe de uma área para outra), os bombeiros estarão presentes e o fogo será aplicado primeiramente da parte de cima da área para a parte mais baixa.

Monitorados

Após a queima, os espaços serão monitorados pelos pesquisadores para identificar os processos de recuperação. Há placas informativas no parque que mostram aos turistas as razões do manejo. Conforme Angela, o trabalho se estende, no mínimo, pelos próximos dez anos. Dos 3,8 mil hectares de área da unidade de conservação, 1,3 mil deverão se submeter ao fogo controlado.

O objetivo é proteger os arenitos e os campos naturais. O parque de Vila Velha é a unidade com a maior área de remanescentes de campos naturais do estado. Originalmente, os campos naturais cobriam 8,4% do território paranaense. Com a presença de espécies que não são características dos campos, eles tendem a desaparecer com o passar dos anos, já que as gramíneas e as pequenas árvores da vegetação nativa competem com outras espécies, incluindo as exóticas.

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