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Rio de Janeiro

Voluntários reclamam que estão sendo impedidos de alimentar gatos no Maracanã

Desde que começaram as obras no local, eles contam que pelo menos uma dezena de animais já morreram e muitos foram migrando para fugir das máquinas

Voluntários, protetores e ONGs que defendem o direito dos animais estão preocupados com o destino das colônias de gatos que, segundo eles, há mais de uma década habitam o entorno do Estádio do Maracanã. Desde que começaram as obras no local, eles contam que pelo menos uma dezena de animais já morreram e muitos foram migrando para fugir das máquinas. Boa parte habita o prédio e o terreno do Museu do Índio, que atraiu nos últimos meses os bichanos expulsos de outros pontos, como o Maracanãzinho. Na última sexta-feira (22), explica a secretária Natália Kingsbury, de 44 anos, a situação agravou-se: os voluntários estão sendo proibidos de alimentar os gatos que vivem dentro do museu. Na manhã desta segunda-feira (25), Natália e foi ao local acompanha da veterinária de uma ONG e, mais uma vez, foi impedida de entrar.

"Eu alimento estes gatos há 17 anos. Eles estão aqui muito antes de o prédio ser ocupado pelo índios e sempre cuidei deles. Agora, nos impedem de entrar para dar comida. Estou muito preocupada. Eles já foram 150, e agora só restaram 50", conta Natália, que divide com outros dois voluntários a tarefa de dar comida aos gatos que ainda vivem por lá.

Segundo ela, um segurança a impediu de entrar, informando que seguia ordens dos responsáveis pela obra. "Ele disse que mandarma a gente jogar a comida pelo muro", contou a voluntária.

A veterinária Andréa Lambert, da ONG Anida, conta que já denunciou o problema à Secretaria Especial de Defesa dos Animais (Sepda). E que a secretaria mandou uma veterinária ao local, mas que a profissional avaliou que os animais estavam bem.

"A veterinária veio e disse que os animais estão muito bem. Como eles estão bem no meio de uma obra? Agora, os voluntários estão sendo impedidos de alimentar os gatos. Vim aqui tentar ajudá-los, mas os responsáveis pela obra não querem nem nos atender", diz Andréa Lambert "Em fevereiro, eu protocolei uma denúncia ao Ministério Público sobre o caso. É preciso retirar os gatos de lá, mas por enquanto eles precisam ser alimentados senão vão morrer de fome", completa.

O secretário Cláudio Cavalcanti disse vai enviar um veterinário ao local ainda nesta segunda para avaliar o problema. Ele afirmou que, se for necessário, enviará um ofício ao responsável pelo consórcio que faz as obras no Maracanã, informando que os animais precisam se alimentar.

"Não deixar alimentar é maus tratos. São gatos comunitários, que a comunidade alimentas. Os animais devem estar muito assustados. Vou mandar um veterinário lá ainda hoje e, dependendo do que ele me informar, vou tomar mandar um ofício", disse Cláudio Cavalcanti.

O próximo passo, informou Cláudio Cavalcanti, é encontrar um novo local para abrigar os gatos, que precisarão ser transferidos.

"amos ter que tirá-los e colocá-los num abrigo. Mas tem que ser um lugar com dignidade, onde eles fiquem bem. E os animais terão que ficar um período de quarentena, sendo cuidados. Vamos ver para onde poderemos levá-los", disse ele.

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