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Infância

Zilda Arns recebe prêmio humanitário

A luta incansável para reduzir os índices de mortalidade infantil no Brasil e em mais 15 países pobres do mundo acaba de render mais uma homenagem à médica e sanitarista Zilda Arns Neumann, coordenadora nacional da Pastoral da Criança. Ela é a vencedora do Prêmio Humanitário Internacional Opus Prize, promovido pela Fundação Opus Prize e pela Universidade Católica de Notre Dame, nos Estados Unidos.

Desde 2004, a entidade premia com um cheque de US$ 1 milhão pessoas ou organizações que unem fé e empreendedorismo nas suas ações, e que são comprometidas com a transformação de problemas sociais. A Opus Prize é uma das fundações do grupo norte-americano Opus, que atua no ramo da construção civil e tem a colaboração de doadores anônimos. Zilda foi indicada por estudantes de Notre Dame e escolhida por uma equipe de jurados. A entrega do prêmio será no dia 8 de novembro na universidade, que fica no estado de Indiana.

Zilda vai aproveitar o fato de o prêmio ser pessoal para aplicar boa parte do dinheiro nas atividades da Pastoral da Criança no exterior. "Queremos consolidar a presença da Pastoral em outros países pobres, capacitando pessoas e articulando ações com a Igreja e o governo de cada país. Nesses países ainda falta a organização que temos no Brasil", afirma.

Hoje, a Pastoral conta com voluntários atuando em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, na África; Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, México, Panamá, Paraguai, República Dominicana, Venezuela e Uruguai, na América Latina; e Filipinas e Timor Leste, na Ásia.

O trabalho de acompanhamento das famílias pobres nesses países depende basicamente do auxílio do Unicef (braço das Nações Unidas para a infância e a adolescência). Como é uma entidade nacional filantrópica, a Pastoral está impedida de transferir recursos para outros países – daí a importância do prêmio. "Há situações como a de Timor Leste, onde acompanhamos 8,5 mil crianças, mas não temos recursos suficientes para manter o trabalho. O custo é relativamente baixo, cerca de um dólar por criança por mês, mas falta apoio do governo", explica Zilda, lembrando que o presidente de Timor já prometeu ajudar a Pastoral. Ela diz que sem o auxílio dos governantes é muito difícil manter o trabalho de forma eficiente e a longo prazo. "Se o governo é pobre, essa é mais uma razão para ajudar a Pastoral", diz.

No Brasil, onde a Pastoral conta com uma ampla rede de apoio no governo federal e na iniciativa privada, a médica explica que a meta é atrair mais voluntários e em três anos aumentar para 50% o índice de crianças pobres que são acompanhadas permanentemente. Até o ano passado, a cobertura era de 19,8%, o que representa quase 1,9 milhão de crianças atendidas em 4 mil municípios brasileiros.

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