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Rossoni: 13 suspeitos de serem fantasmas, além da mãe de Daru | Priscila Forone / Gazeta do Povo
Rossoni: 13 suspeitos de serem fantasmas, além da mãe de Daru| Foto: Priscila Forone / Gazeta do Povo

Dentre os quase mil servidores e ex-funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que estão sendo investigados pelo Ministério Público do Paraná (MP), 13 suspeitos de serem fantasmas foram contratados pelo gabinete do presidente da Casa, o deputado Valdir Rossoni (PSDB). Estão na lista dos investigados o atual diretor-financeiro do Legislativo, Sérgio Brun, e dois familiares do deputado: a filha Mariana Mariani Rossoni e o marido dela, Francisco Gaida Junior – na época em que Mariana era funcionária no gabinete do pai, não havia a proibição da contratação de parentes, prática vedada desde 2008 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Rossoni e nove suspeitos que foram encontrados pela Gazeta do Povo negaram irregularidades (leia mais na reportagem da página ao lado). Outras três pessoas não foram localizadas pela reportagem e uma delas morreu recentemente.

O inquérito envolvendo os servidores de Rossoni foi instaurado pelo MP em junho de 2010. Desde então, a investigação avançou pouco. Nenhum dos suspeitos foi procurado ou convocado a dar depoimento. Inicialmente, a denúncia começou a ser apurada pela Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público, mas desde fevereiro foi repassada para o procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto. Ele é o único que pode, constitucionalmente, investigar o presidente da Assembleia – Rossoni assumiu o cargo justamente em fevereiro.

Piloto de avião

A suspeita de que pessoas eram contratadas no gabinete do deputado Valdir Rossoni e não precisavam trabalhar para receber salários começou com a divulgação do caso envolvendo o funcionário Marcelo Venâncio Brito, piloto do avião particular do presidente da Alep. Na época, ele foi demitido e, em seguida, os promotores começaram a investigar a situação dele e de outras 12 pessoas, denunciadas anonimamente ao MP.

"Ele [Rossoni] usava o avião [particular] dele para o bem público", diz o piloto, que hoje não é mais servidor da Assembleia. "Acho que foi uma tremenda injustiça que fizeram com ele [o deputado]", conclui Brito, que confirma que é contratado esporadicamente pelo deputado para dirigir o avião do parlamentar, mas agora de forma particular.

A Gazeta do Povo apurou que, antes de encaminhar o inquérito para o procurador-geral, os promotores já haviam requisitado informações à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre os voos e a aeronave pilotada por Brito.

O procurador Olympio afirma que também foram solicitados documentos à Assembleia e encaminhado pedidos de informações para outros órgãos referentes aos 13 suspeitos. "Estamos aguardando alguns ofícios que foram emitidos para esclarecimentos", diz ele. Depois disso, a previsão é de que todos os envolvidos sejam convocados a prestar depoimento.

O prazo para concluir o inquérito termina no início do mês que vem, mas Olympio acredita ser possível fechar toda a investigação até lá. Porém, o procurador cogita a possibilidade de pedir prorrogação do prazo.

Dos 13 investigados, apenas quatro ainda continuam como servidores da Assembleia. Além do diretor-financeiro do Legislativo, Sérgio Brun, são citados no inquérito outros três atuais funcionários da Assembleia: o tesoureiro Roberto Costa Curta; o auxiliar Ari Valdecir Nogueira, atualmente contratado pelo gabinete da Administração da Casa; e o filho dele, Ari Cristiano Nogueira, assessor parlamentar no gabinete de Rossoni.

Os demais investigados já não prestam mais serviços à Assem­bleia, como o piloto do avião de Rossoni e os dois familiares do parlamentar. Além deles, constam da investigação Brittes Antônio Brittes, Carla Roberta Silveira, Catiane Andrioli Nhoato, Dulcimara Nogueira, Nativo Burgel (já falecido) e Sionara Aparecida Pigatto Clivatti.

Caso Daru

Além do grupo de 13, outra servidora ligada a Rossoni é alvo de investigação por suspeita de ter sido fantasma. Conforme mostrou a Gazeta do Povo na semana retrasada, a funcionária Hellena Luiza Valle Daru – mãe de Altair Carlos Daru, ex-diretor-administrativo da Assembleia e homem de confiança de Rossoni por dez anos – admite nunca ter trabalhado no Legislativo, embora estivesse lotada no gabinete de Rossoni e tenha recebido R$ 331 mil em salários. Com a denúncia, o filho dela foi demitido por Rossoni da diretoria da Casa. A mãe alega que não sabia que havia sido admitida para trabalhar na Assembleia e Daru é suspeito de tê-la contratado sem que ela soubesse.

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