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Ainda faltam pouco mais de dez meses para o início de 2010 e vinte meses para as próximas eleições. Mas os políticos de Brasília e do Paraná anteciparam a corrida eleitoral pelo Palácio do Planalto e pelo governo do estado, cujas eleições só ocorrerão no ano que vem. No Paraná, os prováveis candidatos ao Palácio Iguaçu já iniciaram a "batalha do interior". Todos estão fazendo articulações com lideranças em busca de apoio e visibilidade.

De dezembro a fevereiro deste ano, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), recebeu a visita de sete prefeitos em seu gabinete e levou o seu projeto contra as drogas a duas cidades da região metropolitana. Hoje, Richa estará em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, para a inauguração da sede da Cooperativa de Taxistas da cidade. Amanhã vai a Cascavel para visitar o Show Rural.

Na visita a Cascavel, Richa estará acompanhado pelo governador de São Paulo – e pré-candidato à Presidência – José Serra e pelo senador Alvaro Dias (PSDB). Alvaro, aliás, já colocou o seu nome à disposição do partido para a disputa ao governo do Paraná.

Também de olho em 2010 – mas para uma vaga no Senado – o governador Roberto Requião (PMDB) é outro que amanhã estará no Show Rural. Requião tem buscado aproximar-se dos prefeitos do interior nos últimos tempos. Desde dezembro, o governador já visitou seis municípios e promoveu dois encontros com prefeitos: um com os da região de Campo Mourão e outro com os da Grande Curitiba. Requião deve se reunir em breve com os 32 prefeitos petistas do estado.

O senador Osmar Dias (PDT) e o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), que pretendem disputar o governo, são outros que tem se articulado com lideranças do interior. Entre janeiro e o início de fevereiro, o vice-governador, por exemplo, visitou cerca de dez municípios. Segundo informações da sua assessoria de imprensa, o número de viagens nesse período só não foi maior devido à campanha que Pessuti encabeça para tornar Curitiba uma das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014 – outra função que tem lhe dado grande visibilidade.

Força

O peso do interior nas urnas explica a importância pré-eleitoral das cidades: 82,8% do eleitorado do estado está no interior (excluída apenas a capital e incluídos os outros municípios da região metropolitana). "Quem perdeu a eleição por 10 mil votos não vê a importância apenas do interior para as eleições. Vê a importância de cada comunidade", afirma o senador Osmar Dias, derrotado por Requião em 2006 por uma margem muito estreita de votos. "Uma comunidade, às vezes, decide uma eleição. Então, eu pretendo conversar com todo o Paraná", diz Osmar.

No entanto, mais do que os votos, os pré-candidatos buscam apoio político neste momento. "O primeiro esforço daqueles que estão postulando a candidatura é mostrar para os partidos deles e para as possíveis coligações que eles são eleitoralmente fortes, não só na capital, como é o caso do prefeito Beto Richa, mas também no interior do estado", diz o cientista político Fabrício Tomio, da UFPR. "Eles têm de mostrar que são capazes de capitalizar apoio político e votos. E a melhor forma de fazer isso é aparecer sistematicamente no interior."

Para Tomio, Richa não terá tanta facilidade na disputa pelo governo do estado como teve na eleição para a prefeitura de Curitiba. "Não houve uma eleição muito acirrada na capital, o que deu essa vantagem desproporcional ao prefeito (Richa venceu com 77% dos votos). A situação não deve se repetir na disputa para o governo ", diz.

Além de um cenário diferente, Richa também pode enfrentar dificuldades no interior. Alguns pré-candidatos, como Osmar e Pessuti, estão em busca de apoio há mais tempo que o prefeito – que ainda não assumiu a possibilidade de se candidatar. Eles também seriam mais conhecidos no interior.

Apesar disso, a cientista política Luciana Veiga, da UFPR, não vê uma situação desfavorável ao prefeito de Curitiba. "Eu acredito que o Beto já é conhecido e bem avaliado no interior. Para mim, a intenção dele agora é muito mais para segurar palanque contra o PMDB no interior."

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