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Rio de Janeiro - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "está em campanha" pela candidatura presidencial da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT). E repetiu, por quatro vezes em dez minutos, que "a lei não permite" isso. "Nós (do PSDB) estamos seguindo a lei. Talvez, se o presidente Lula continuar forçando antecipar a eleição, vamos ter que pedir autorização ao Tribunal (Superior Eleitoral). Porque não pode. Simplesmente não é o momento de lançar (candidatura à Presidência)."

Fernando Henrique reconheceu, porém, que o tempo de seu partido para a escolha de um candidato "está encurtando". "Todo mundo sabe quais são os candidatos possíveis (do PSDB). São dois: de Minas e de São Paulo (os governadores José Serra e Aécio Neves, respectivamente). A minha posição é dar tempo ao tempo. Mas como o Lula está precipitando, então o nosso tempo está encurtando. Mas é preciso ver a lei. É uma loucura o que está acontecendo, fazer campanha nesse momento", criticou.

O ex-presidente fez os comentários após ser indagado sobre as críticas de Lula, anteontem, diante de cerca de 3,5 mil prefeitos, em Brasília, aos índices de analfabetismo no estado de São Paulo, comandado pelo tucano José Serra. Na ocasião, o presidente afirmou que o estado mais rico do país tem 10% de analfabetos. "(Gilberto) Kassab (prefeito de São Paulo), você vai cair da cadeira. Você não sabe e eu não sabia, mas no estado de São Paulo ainda temos 10% de analfabetos. O estado mais rico da federação", disse Lula.

"Nem sei se o dado é certo", comentou Fernando Henrique, antes de começar a acusar o presidente de fazer campanha para Dilma, possível candidata do PT em 2010. "O presidente já está com a candidata andando pelo Brasil todo. Está precipitando (a campanha), mas a legislação não permite. Não sei como vamos sair dessa. Porque ele, como é presidente, faz o que quer. E nós, se começarmos a lançar candidato agora, vem processo em cima, porque é contra a lei", declarou FHC. "Não quero entrar em campanha. Quero respeitar a lei. Existe um calendário."

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