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comissão no senado

Acusação abre mão de prazo para acelerar trâmite do impeachment

Os autores do pedido contra Dilma Rousseff vão abrir mão de 10 dias do prazo para elaboração de alegações finais com o intuito de antecipar a votação final do processo

A comissão do impeachment no Senado | Waldemir Barreto/Agência Senado
A comissão do impeachment no Senado (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Os autores do processo de impeachment, Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo, vão abrir mão de 10 dias do prazo para elaboração de alegações finais com o intuito de antecipar a votação de afastamento definitivo da presidente. A estratégia foi alardeada pela base do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) logo após derrota no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre encolhimento de prazos.

De acordo com o entendimento do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, estão previstos 15 dias para acusação apresentar as alegações finais. O mesmo prazo é dado para a defesa. Em contrapartida, no calendário oficial apresentado e aprovado hoje na comissão do impeachment, a acusação se comprometeu em usar apenas cinco dias. “Dias 07/7 a 12/7 - Alegações finais da acusação (5 dias, conforme compromisso do denunciante)”, diz o texto do cronograma.

Quando Lewandowski determinou o prazo para alegações finais, a fixação dos 15 dias representou uma derrota para os aliados do presidente em exercício Michel Temer. Representada pela senadora Simone Tebet (PMDB-MS), a base apresentou recurso para encurtar o prazo para 15 dias, mas foi vencida.

Apesar da resposta do STF, os aliados de Temer não entenderam a decisão como uma derrota. Desde então, os senadores comentam nos corredores que não é necessário que a acusação use o prazo por completo.

A base também tem agido para correr com as sessões dedicadas a ouvir o depoimento das testemunhas. A acusação chegou a dispensar quase todas as próprias testemunhas e depois se recusou a fazer perguntas às testemunhas da defesa.

Janaína Paschoal, autora do impeachment, que inicialmente se dizia “abandonada” no processo e criticou a atitude de senadores da base que tentaram diminuir o número de testemunhas, rapidamente aderiu ao discurso da base aliada de Temer em sinal de acordo. A jurista passou a chamar o convite de testemunhas de “procrastinação” e também se recusou a fazer perguntas a diversos depoentes da defesa.

A votação desta quarta aconteceu à revelia da tropa de choque de Dilma. Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Fátima Bezerra (PT-RN) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) não votaram em retaliação. Os senadores preferiam manter o calendário em aberto.

Confira o novo calendário de trabalho da comissão do impeachment:

27/06 - Entrega do laudo da perícia

28/06 - Prazo final para pedidos de esclarecimentos da perícia

1º/07 - Entrega dos esclarecimentos da perícia

4/07 - Entrega dos laudos de perícia dos assistentes técnicos indicados pela defesa e pela acusação

5/07 - Audiência para ouvir a perícia

6/07 - Depoimento de Dilma Rousseff, que pode ser representada por seu advogado

7 a 12/07 - Alegações finais da acusação

13 a 27/07 - Alegações finais da defesa

28/7 a 1º/08 - Elaboração do parecer do relator

2/08 - Leitura do parecer do relator na comissão

3/08 - Discussão do parecer na comissão

4/08 - Votação do parecer na comissão

5/08 - Leitura do parecer em plenário

9/08 - Discussão e votação do parecer em plenário (pronúncia do réu)

22/08 - Caso os prazos sejam respeitados, essa é a estimativa de votação do julgamento final do impeachment*

* Passada a votação da pronúncia, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, tem até 10 dias para agendar o julgamento. Ele pode ou não usar o prazo completo.

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