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O auditor fiscal e ex-inspetor-geral de fiscalização da Receita Estadual Márcio de Albuquerque Lima se recusou nesta quinta-feira (30) a ir ao Grupo de Atuação Especial de Combate Organizado (Gaeco) de Londrina, para depor. Ele se apresentou à polícia na quarta-feira depois de quase 50 dias foragido.

Para o Gaeco, Lima é o líder de uma organização criminosa formada por auditores fiscais, contadores e empresários para favorecer a sonegação fiscal em troca de propina. As denúncias são alvo de investigação da Operação Publicano.

Pedofilia em londrina

O caso de estupro de vulneráveis levou a mais prisões nas investigações sobre crimes sexuais em Londrina. O advogado e ex-vereador Zaqueu Berbel foi um dos presos nesta quinta-feira (30). Foi presa também Laisa Pereira Silva, acusada de aliciar . O empresário Fabiano Rodrigues de Oliveira Filho, outro acusado de praticar abusos, teve a prisão preventiva decretada, mas está foragido.

O advogado João dos Santos Gomes Filho, que defende Berbel, afirmou que ainda está analisando o processo, mas criticou a adoção da prisão preventiva, que qualificou como “precipitada”. “É muito cedo para fazer juízo de valor. Antes de formar a culpa a gente prende. No Brasil o processo é espetáculo e começa com prisão”, declarou Gomes Filho. Segundo ele, as investigações tratam de uma “rede” e o caso de Berbel é “pontual”.

Esse é o 2.º caso em que um preso pela operação se recusa a se apresentar. Há cerca de 20 dias, Luiz Antônio de Souza, que assim como Lima está preso na Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II), se recusou a ir ao Gaeco.

No caso de Lima, o Gaeco vai entrar na Justiça para pedir um mandado de condução coercitiva. A expectativa sobre o depoimento do auditor fiscal se justifica também pelo fato de ele ser companheiro do governador Beto Richa (PSDB) em provas de automobilismo e de ter Luiz Abi Antoun, o primo em sétimo grau do tucano, como responsável pela sua indicação ao cargo de inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual.

O delegado Alan Flore afirmou que o preso “tem direito de apresentar a sua versão ou não, mas o comparecimento é um dever, uma obrigação”. “É injustificável”, disse. “Em dez anos de Gaeco nunca houve uma situação dessa natureza”, completou.

“Eu não tenho como obrigar o preso a ir para audiência, não posso usar de força”, declarou o diretor da penitenciária, Emerson Chagas.

No caso em que os presos se recusam, a direção da PEL abre um processo disciplinar, no qual o preso pode sofrer sanções. É o que vai acontecer com Lima, que vai responder a um processo disciplinar dentro da unidade. Chagas afirmou que o advogado do auditor fiscal, Douglas Maranhão, esteve na quinta-feira na PEL II. “Nenhum dos 1.150 presos da unidade eu posso obrigar, eu não posso fazer isso. Tanto é que o Gaeco está pedindo autorização judicial [para que Lima seja conduzido]”, disse. Maranhão não foi localizado para falar.

Foragidos

Com a apresentação de Lima, restam dois auditores fiscais que tiveram a prisão preventiva decretada, mas que seguem foragidos: Ana Paula Lima, esposa dele, e Miguel Arcanjo Dias. Onze auditores estão presos e outros dois respondem ao processo em liberdade.

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