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A adolescente de 13 anos detida por envolvimento no ataque ao ônibus da linha 350 em que cinco pessoas morreram não reconheceu o rapaz acusado em informações passadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) como participante do crime. Segundo policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), depois de ver a foto do rapaz, de 19 anos e empregado como auxiliar de transporte, reconheceu-o apenas como morador do Morro da Fé, mas garantiu que ele não teve qualquer envolvimento no ataque.

Por duas horas, a menor prestou depoimento na 2ª Vara de Infância e da Juventude. Ela confirmou o depoimento anterior na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), no último sábado. A única diferença foi em relação ao ataque das pessoas dentro do ônibus. Ela disse que sabia apenas que o ônibus seria queimado, não as pessoas. E que se soubesse não teria participado da barbárie.

A menor foi presa na última sexta-feira, na casa da avó, na Favela do Jordão, na Taquara, e foi levada para o Educandário Santos Dumont, na Ilha do Governador.

O rapaz de 19 anos, morador do Morro da Fé, cujo nome foi passado ao Disque-Denúncia (2253-1177) como participante do ataque ao ônibus, apresentou-se na terça-feira à polícia para se defender da acusação. Ajudante de caminhão há cinco meses, trabalhando com carteira assinada, o jovem foi orientado tanto pelo patrão como pela família a procurar um cabo do Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (Gpae) lotado no Largo da Penha, amigo de parentes dele, para que o levasse a alguma delegacia.

Na terça-feira, ele depôs na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A inspetora Marina Maggessi, que investiga o caso, disse estar convencida da inocência do rapaz.

- O nome dele consta da denúncia, mas a polícia está convencida de que ele não participou do ataque ao ônibus. O rapaz disse que estava com medo de ser preso pela polícia. Acho que, se tivesse alguma culpa, sairia do morro. E só saiu para dar satisfações à polícia - analisou Marina, que liberou o rapaz na terça, orientando-o, no entanto, a retornar nesta quinta para saber o resultado do reconhecimento da foto.

A mãe do denunciado, servente de uma escola municipal há 14 anos, disse na DRE ter certeza da inocência do filho que, aos 15 anos, foi detido por tráfico de drogas, tendo cumprido um ano e três meses de medida sócio-educativa.

- Ele aprendeu a lição e nunca mais se envolveu com o tráfico. Ele conhece o Lorde (chefe do tráfico na favela e denunciado como mandante do ataque ao ônibus), mas depois daquilo só trabalhou. Ele mora com uma menina no Morro da Fé e tem um filho - contou a mãe.

O patrão do jovem fez questão de acompanhá-lo na DRE. Ele contou que no dia do atentado o empregado trabalhou até as 20h15m. No dia seguinte, às 7h, já estava trabalhando.

- É um rapaz muito bom e bastante esforçado. Não acredito no envolvimento dele. Soubemos da acusação pelo jornal e ficamos espantados. Ele chorou muito, queria continuar trabalhando, mas eu disse a ele que antes teria que se explicar na polícia - contou o patrão.

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