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Investigação

Advogada de facção criminosa se contradiz durante depoimento em CPI

A advogada Maria Cristina Rachado, acusada de ter comprado a gravação de depoimentos secretos na CPI do Tráfico das Armas, caiu em contradição durante seu depoimento na CPI. Pressionada pelo relator, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ela se atrapalhou ao explicar o motivo de ter ido ao Congresso no dia da compra da fita. Afirmou que foi a Brasília acreditando que seu cliente, Marcos Camacho, o Marcola, chefe da facção criminosa responsável pela recente onda de ataques em São Paulo, iria depor na CPI, e que decidiu continuar no Congresso mesmo depois de saber que o depoimento dele não estava marcado para aquele dia. Irritado, Paulo Pimenta afirmou que a advogada corre o risco de ser incriminada por falso depoimento.

Apesar de se dizer muito ocupada, Maria Cristina afirmou que naquele dia não tinha mais nada a fazer, mas que só conseguiu vôo para retornar a São Paulo no dia seguinte. Ela se atrapalhou também ao explicar como obteve a informação de que seu cliente iria depor. A princípio, disse que pesquisou no site da Câmara. Convidada a fazer uma pesquisa num dos computadores, a advogada recuou:

- Eu não entendo muito bem em fazer pesquisa.

Ela se contradisse ainda quando afirmou que nunca tinha ido a um presídio, mas admitiu que se encontrou com Marcola em março passado, acrescentando que foi vê-lo uma vez na sede do Departamento de Investigações Criminais (Deic). Impedida, disse que chegou a fazer boletim de ocorrência para entrar.

Maria Cristina disse que não teve nenhuma participação na compra do CD com os depoimentos secretos dos delegados na CPI, e que não ficou com o CD que lhe foi entregue pelo então funcionário terceirizado da Câmara federal Arthur Vinicius Pilastre Silva. Ela disse que repassou o CD para o advogado Sérgio Wesley da Cunha. Mais tarde, a advogada recebeu um telefonema no hotel em que estava hospedada em Brasília dizendo para entrar em contato com pessoas identificadas como Lucimar, Camilo ou Aurélio que o CD estaria à disposição.

- Não entrei em contato e não quis saber. Não paguei 200, 100 ou 50 reais por nada - disse ela.

Além de dizer que não ficou com o CD, ela negou ter respondido um e-mail de Pilastre Silva, no qual ambos se comunicavam para que fossem transmitidas informações sobre o 'andamento do HC'. Maria Cristina afirmou que 'HC' é hábeas-corpus, entretanto, HC é também parte do nome de Marcola, cujo nome completo é Marcos William Herbas Camacho. Portanto, HC pode ser de 'Herbas Camacho'. Perguntada sobre o e-mail, respondido por meio de um endereço eletrônico de sua filha e assinado como 'Cris', a advogada afirmou que não se lembrava do conteúdo e que ele tinha sido enviado por sua secretária, de nome Sheila.

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