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argumentação

Advogado de Cunha diz ao STF que ‘não há documento’ que prove propina

Em sua sustentação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o advogado Antônio Fernando de Souza afirmou que não existem documentos que comprovem o pagamento de propina ao deputado.

Nos seus 15 minutos de sustentação antes do Supremo analisar a abertura de denúncia contra Cunha, que o acusa de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Antônio Fernando também disse que não há evidências de que o deputado tenha participado do acerto de propina no contrato de navios-sonda da Petrobras firmado entre os anos de 2006 e 2007.

Isso porque, sustentou o advogado, os próprios delatores dizem que Cunha só apareceu a partir de 2011 para cobrar uma dívida de propina referente ao contrato.

“Apesar da denúncia referir-se a diversas transações de valores, nenhuma delas diz respeito a Eduardo Cunha. Não há um documento sequer que se reporte a Eduardo Cunha, se não a falsa alegação de Fernando Soares [lobista e delator] de que teria, em 2011, dito que teria entregue em dinheiro os respectivos valores”, afirmou Antônio Fernando.

A defesa de Cunha criticou as duas delações que o incriminam, a de Fernando Soares e a do lobista Julio Camargo, indicando que houve atuação “ilícita” dos órgãos de acusação “para ajustar versões”.

Antônio Fernando também criticou o Ministério Público por ter omitido declarações de Fernando Soares na qual ele diz que a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) estava errada. O advogado citou as declarações do delator: “Se você for me perguntar a forma como a denúncia foi feita do Eduardo Cunha, não reflete o que realmente aconteceu. Eduardo Cunha nunca foi meu sócio oculto nesse negócio das sondas, na verdade, quando aconteceu o negócio das sondas eu nem conhecia Eduardo Cunha, eu vim a conhecer Eduardo Cunha em 2009”.

Em um aceno ao procurador-geral Rodrigo Janot, que tem feito críticas a Antônio Fernando, ex-procurador-geral da República, o advogado chegou a se referir ao acusador como “grande procurador-geral”.

Na conclusão, pediu que o Supremo rejeite a abertura da ação penal contra o presidente da Câmara.

‘Nem um vintém’

A defesa da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), também acusada na denúncia por ter apresentado requerimentos na Câmara que, diz Janot, serviram para pressionar Julio Camargo a retomar o pagamento de propinas, afirmou que a própria acusação não descreve que ela tenha recebido propina.

“Não é dito que ela recebeu, não é dito que ela aceitou, e o que é pior de todos, não se diz que ela recebeu um vintém só dessa história toda”, afirmou o advogado Cláudio Rodrigues Neto.

Segundo ele, portanto, a PGR não descreveu os elementos necessários para caracterizar o crime de corrupção.

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