Carlos Alberto Quaglia, dono da corretora Natimar, não sabia que os recursos repassados a parlamentares do PP, pela empresa, eram usados para lavagem de dinheiro, disse nesta sexta-feira (10) o defensor público-geral federal, Haman Tabosa de Moraes e Córdova durante julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a acusação do MPF, o PP recebeu R$ 1,2 milhão por meio das corretoras Natimar e Bônus-Banval. Para Córdova, o Ministério Público Federal (MPF) tem de provar, na Suprema Corte, que todo esse dinheiro foi lavado, pois foram feitas sete transferências que totalizam 6% do total repassado, ou seja, R$ 87 mil. O defensor criticou a alegação final do MPF, que passou a responsabilidade de julgar outras transferências feitas pela Natimar a outras instâncias do Poder Judiciário.
"O MPF teria de provar aqui, nesta instância, a utilização desse total de R$1,2 milhão para lavagem de dinheiro. Ele [MPF] consegue chegar a 6% e fala para Vossas Excelências [os ministros do STF] que os demais [recursos] serão julgados em outras instâncias. Entendo que Vosssas Excelências não podem aceitar que 6% da prova estejam aqui e 94% estejam fora", argumentou Córdova, defendendo o desdobramento da ação.
Segundo o defensor, o empresário acredita que foi envolvido "maliciosamente" no esquema de lavagem de dinheiro. Córdova lembrou ainda que, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, Quaglia confirmou que nunca conheceu o publicitário Marcos Valério ou os parlamentares do PP envolvidos com o mensalão. "Ele disse que foi usado. Ele não fez parte de nenhuma lavagem de dinheiro."
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