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Operação Hurricane

Advogado recorreu a colegas para ocultar parentesco com magistrado

Escritório do advogado Silvério Luiz Nery Cabral Junior, genro do desembargador José Carreira Alvim, usou outros escritórios como fachada

De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo, a análise de documentos apreendidos durante a Operação Hurricane (Furacão, em inglês), da Polícia Federal, revela que o escritório do advogado Silvério Luiz Nery Cabral Junior, genro do desembargador José Carreira Alvim, usou outros escritórios como fachada. Segundo investigações da PF, Silvério, um dos presos durante a operação, foi o verdadeiro autor de petições à Justiça Federal feitas em nome da Betec Games e outras oito empresas importadoras de máquinas caça-níqueis. Para que os laços familiares com Carreira Alvim ficassem ocultos, no entanto, de acordo com a PF, os documentos recebiam assinaturas dos advogados Sérgio Luzio Marques Araújo (também preso durante a Hurricane) e Alexis Lemos Costa.

O objetivo das petições era tentar conseguir a liberação de cerca de 900 caça-níqueis apreendidos pela Polícia Federal de Niterói. As primeiras petições tinham como destinatário o próprio Carreira Alvim, ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-RJ), mas documentos semelhantes produzidos por Silvério foram encaminhados também ao ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ministro do STJ se afastou do cargo por causa da suspeita de ter recebido R$ 1 milhão para expedir liminares para autorizar o funcionamento de máquinas caça-níqueis.

A descoberta da PF foi feita durante a análise de disquetes e HDs recolhidos no escritório de Silvério Junior. Os agentes constataram que os arquivos com as petições foram "criados e salvos por Silvério". No escritório de Silvério, os policiais também encontraram um habeas-corpus do Superior Tribunal de Justiça, no qual o relator era o ministro Paulo Medina e o apelante, o contrabandista chinês Law Kin Chong.

Escutas da Polícia Federal revelaram que o ministro teria telefonado a uma assessora na véspera do julgamento do habeas corpus impetrado por Law (e por sua mulher, Miriam Law), para dizer que gostaria de mudar o voto dele. O voto, que já estava pronto, negava a liberdade a ambos os investigados (Law e Miriam). No diálogo gravado pela PF, Medina pediu à assessora que modificasse o texto e concedesse o benefício apenas a Miriam.

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