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Sede da Advocacia-Geral da União: lobby quase institucionalizado. | Divulgação
Sede da Advocacia-Geral da União: lobby quase institucionalizado.| Foto: Divulgação

Centenas de advogados da União circularam por Brasília nos últimos dias para pressionar deputados e senadores a votarem aumento da categoria, o que ocorreu na madrugada desta quinta-feira (6) na Câmara. A União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe), entidade que reúne a categoria, dá orientações de como os advogados devem se comportar, se vestir e agir para pressionar deputados e senadores a votarem o aumento da categoria. É uma espécie de “manual do lobby”, que ensina como o manifestante deve fazer para driblar seguranças e ser bem sucedido na investida.

A Câmara aprovou, em primeiro turno, proposta que aumenta o salário da categoria. A menor remuneração da categoria salta de R$ 16 para R$ 26 mil. Os advogados fizeram intenso lobby e conseguiram entrar até o plenário, o que é proibido.

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Nessas orientações, é recomendado que o advogado, logo na identificação na entrada da Câmara, esconda o bottom da AGU, para não correrem risco de terem a entrada proibida. E que os homens se vistam de terno e gravata, traje obrigatório para entrar em determinados locais, como o Salão Verde, onde circulam os deputados.

“Os colegas devem utilizar, de preferência, vestimentas formais para a entrada no Congresso Nacional. Algumas áreas do parlamento proíbem a entrada de homens que não estejam utilizando terno e gravata, como no caso do salão verde. Com relação ao botton da AGU, o ideal é que seja retirado quando do procedimento de cadastro e entrada no Congresso Nacional, podendo ser recolocado nas dependências deste”, ensina a Unafe, nas orientações no site da entidade.

As dicas não param aí. Sugerem que, na entrada, entrem em grupos pequenos, para não chamar a atenção dos seguranças. “Devem ser formados grupos menores de colegas, de 5 a 7, para a entrada no Congresso, na medida em que grupos maiores tendem a chamar a atenção da segurança e podem acarretar alguma dificuldade de entrada”.

Mas, se houver algum problema com os seguranças, a Unafe orienta como resolver. É só acionar e chamar um deputado federal do estado de origem do advogado e “afeito à causa”.

“As comissões estaduais devem entrar em contato com os deputados mais afeitos à causa e marcar reuniões junto à assessoria de preferência, para fins de viabilizar a entrada dos colegas daquele Estado, caso haja alguma dificuldade por parte da segurança do Congresso”.

É aconselhado aos advogados manifestantes que almocem nas dependências do Congresso mesmo, para não correrem risco de não conseguirem voltar.

“Os colegas devem dar preferência aos restaurantes do Congresso para a realização das refeições, uma vez que pode haver algum tipo de dificuldade no retorno, caso haja a saída do Congresso Nacional”.

No final, há uma recomendação nem sempre respeitada pelos “lobistas” da AGU. A de evitar vaias e gritos. Esse tipo de manifestação pode prejudicar.

“Devem ser evitadas manifestações de desapreço [vaias, gritos, etc] nas dependências do Congresso, principalmente nas galerias, pois esse tipo de atitude pode prejudicar a imagem da mobilização e dificultar a aprovação dos nossos pleitos”.

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