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Provável adversário da presidente Dilma Rousseff em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu nesta quinta-feira (26) a criação do Solidariedade, partido que deve apoiá-lo na corrida presidencial. Apesar de criticar a "lógica mercantilista da criação de novos partidos", Aécio disse que a sigla é "bem-vinda" por ser oposição ao governo federal. "Está tudo errado. O Supremo Tribunal Federal errou lá atrás quando permitiu a portabilidade do fundo partidário. Hoje, há uma lógica mercantilista da criação dos partidos. Cria-se partido, racha-se o fundo partidário e vende-se tempo de televisão. A regra está errada. Mas já que nasce no país um partido sem viés governista, ele é bem-vindo", afirmou.

Apesar de suspeitas de fraudes na coleta de assinaturas de apoio pelo país, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou esta semana a criação de mais dois partidos no Brasil, o que abriu a temporada de troca-troca de políticos entre as legendas com vistas às eleições de 2014.

O tribunal chancelou o Solidariedade, montado pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical. Também aprovou a criação do PROS (Partido Republicano da Ordem Social). As duas siglas são, respectivamente, a 31ª e a 32ª do país.

Aécio disse que o governo federal fortaleceu a criação de novas siglas com o objetivo de enfraquecer a oposição, como no caso do PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab. "Já que esse tratamento que o governo deu foi adequado, que seja dada a isonomia para outros", afirmou.

Na opinião do tucano, o Congresso precisa limitar o que chama de "portabilidade" dos partidos para impedir os que deixam as siglas de levarem consigo tempo de TV e recursos do fundo partidário. "A portabilidade deve pertencer ao partido. Quem quiser sair, que saia sem levar tudo", afirmou.

Rompimento

Articulador do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP) disse em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL, que a tendência da sigla é oferecer apoio à candidatura de Aécio.

O deputado disse que a presidente Dilma Rousseff, aliada de sua ex-sigla, o PDT, "não fez nada" e virou sua "inimiga dois dias depois de ser eleita". Paulinho citou compromissos que a petista fez durante a campanha eleitoral de 2010 com várias centrais sindicais. Por exemplo, o fim da fórmula conhecida como fator previdenciário para as aposentadorias da iniciativa privada. "Ela se comprometeu junto com o ex-presidente Lula. E não cumpriu coisa nenhuma. Eu não tenho como apoiar alguém que concorda fazer as coisas para os trabalhadores e no outro dia muda de lado. Ela não é minha mãe."

Com a expectativa da adesão de 30 deputados ao Solidariedade, Paulinho acredita que terá cerca de dois minutos de tempo de TV e rádio na propaganda política em 2014. Esse é o principal ativo que pretende colocar à disposição da oposição. "No que depender de mim o meu partido vai para a oposição", diz ele. Sua preferência é por Aécio Neves --"é muito meu amigo"--, mas o deputado fala também numa outra configuração: "Vou trabalhar com ideia de fazer um acordo com o Aécio, Eduardo Campos [PSB] e Marina Silva: ter uma grande composição no segundo turno das eleições. Acho que esses três candidatos deveriam ter as condições iguais de disputar as eleições. E, aí, com o acordo de quem for melhor, no segundo turno, ter o apoio dos outros".

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