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Crise política

Aécio diz que Lula tem responsabilidade e não pode descolar de ‘sua criatura’ Dilma

Para ele, TCU deve rejeitar contas da presidente, abrindo caminho para uma ação do Ministério Público

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta segunda-feira que o presidente Lula não pode se “descolar” da presidente Dilma Rousseff. O tucano argumentou que Lula não pode fugir à sua responsabilidade pela situação atual ao usar como estratégia os ataques à sua sucessora. Aécio disse que Dilma é “criatura” de Lula e que é um “acinte” o governo continuar adotando as chamadas pedaladas fiscais depois do parecer prévio do Tribunal de Contas da União (TCU). Para ele, o governo Dilma está “sitiado”.

O TCU deu prazo de 30 dias para a presidente dar explicações sobre as contas públicas de 2014. Para Aécio, o TCU deve rejeitar as contas de Dilma, afirmando que caberá ao Ministério Público da União decidir se abre uma ação contra a presidente. Ele lembrou que o PSDB já ingressou com uma ação a esse respeito, mas evitou falar em impeachment.

“Acho que o presidente Lula, mais do que ataques à atual presidente, sua criatura, tem que reassumir sua parcela de responsabilidade pelo que vem acontecendo no Brasil. E não há como descolar uma coisa da outra: o governo é o PT, o governo é Dilma, o governo é Lula. Foi assim nos momentos positivos e será assim nesse momento de grandes dificuldades. Lamentavelmente, essa obra é uma obra conjunta do ex-presidente Lula, da presidente Dilma, e, obviamente, do PT”, disse Aécio.

Aécio disse que já tinha denunciado, durante a campanha eleitoral, as manobras fiscais do governo Dilma.

“Continuar a fazer isso é um acinte, um desrespeito absoluto àquilo que foi de mais valioso que nós conseguimos construir do ponto de vista da administração no Brasil que foi a Lei de Responsabilidade Fiscal. É um governo que age como se estivesse acima da lei e não está. E o governo federal de forma continuada fez isso com o único objetivo de vencer as eleições e hoje é um governo sitiado: não pode andar nas ruas e está nas barras dos Tribunais. Se o Tribunal de Contas, como todos nós esperamos, vier a agir de forma técnica como vem agindo, não há como aprovar as contas da Presidente da República”, disse Aécio, acrescentando:

“Essa reiterada prática delituosa pode levar até o Ministério Público, a Procuradoria Geral da República, onde existe ação do PSDB, a se manifestar e quem sabe abrir uma investigação contra a presidente da República”.

Candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014, Aécio lembrou que denunciou o fato das pedaladas fiscais.

“Durante a campanha eleitoral, denunciei essas pedaladas, dizendo que a Caixa Econômica Federal pagava o Bolsa Família, ou parcela dele, e o governo não repunha por parte do Tesouro esses recursos. A presidente ignorou esse assunto. Agora, tentam transferir para um membro da equipe econômica (o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin) essa responsabilidade. A responsabilidade é da presidente da República”, disse Aécio.

Segundo ele, um dos pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) era justamente evitar que bancos públicos financiassem seus controladores. “Essa não é uma questão que está sendo discutida agora. O que há é uma definição da votação do relatório do ministro Nardes que é pela reprovação das contas da Presidente da República. Isso deve ocorrer em menos de 30 dias”.

Aécio comparou a crise econômica vivida pelo país à jabuticaba, alegando que apenas o Brasil vive momentos de dificuldade e não o mundo. “Essa crise é como a jabuticaba, é uma fabricação aqui do Brasil feita pelo governo do PT”, afirmou o tucano.

QUEDA NA PESQUISA

Aécio disse ainda que o resultado da pesquisa Datafolha é um reflexo de o Brasil estar vivendo uma das maiores crises econômicas da sua história. A pesquisa Datafolha indicou que Dilma tem 65% de reprovação, entre ruim e péssimo. Para ele, o país vive três crises: a econômica, a moral e a de credibilidade. “Grande parte da desaprovação da presidente da República recorde no nosso período democrático se dá em razão dessa crise moral sem precedentes”, disse Aécio.

O tucano disse ainda que sua candidatura à Presidência não é “agenda do momento”, ao comentar a pesquisa Datafolha que lhe coloca em primeiro lugar, com 35% dos intenções, à frente do ex-presidente Lula.

“Essa não é a agenda do momento, O PSDB tem outras responsabilidades que antecedem a disputa eleitoral de 2018, que é fiscalizar as ações do governo, denunciar as irregularidades cometidas e apresentar alternativas. É obvio que eu recebo como reconhecimento a responsabilidade, a seriedade do nosso trabalho essa minha posição nas pesquisas”, disse ele.

Aécio disse que PSDB estará “unido” na sua decisão. Ele e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disputam nos bastidores o posto de candidato. “Ao contrário do que acreditam alguns ou torcem outros, no momento da definição de quem será o candidato do PSDB, vamos estar absolutamente unidos, porque o PSDB sabe que a sua unidade é que vai inspirar outros aliados a estarem conosco. Eu, pessoalmente, no que depender de mim, não vou antecipar esse debate eleitoral”, disse o senador.

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