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Frota aérea

Aeronave do governo vem antes de resgate para saúde

Gestão estadual quer comprar dois aviões e quatro helicópteros em 2012. Mas promessa de sistema de transporte de pacientes não deve sair neste ano

Uma das promessas do então candidato Beto Richa (PSDB) que mais gerou polêmica durante a campanha para o governo do Paraná, em 2010, não será cumprida pelo menos até a metade do mandato: a criação de um sistema de resgate aéreo, em todas as regiões do estado, com quatro helicópteros exclusivos para transportar pacientes em estado grave.

A promessa de campanha voltou à tona nos últimos dias, após a Copel ter comprado um avião (que será de uso compartilhado com o governador) por R$ 16,9 milhões. Também revelou-se na última semana que o governo tem a intenção de adquirir, ainda em 2012, outros dois aviões e dois helicópteros.

Ainda não há previsão dos modelos nem do investimento. Mas, em princípio, as novas aeronaves serão usadas para o deslocamento do governador e de sua equipe administrativa. A assessoria do governador não soube informar se os novos aviões e helicópteros também poderão ser compartilhados, emergencialmente, para o transporte de pacientes.

Enquanto isso, a Secretaria Estadual de Saúde não tem previsão orçamentária para a compra neste ano dos quatro helicópteros, prometidos na campanha, para resgate aéreo. Tam­­­pouco há algum projeto de implantação do sistema sendo desenvolvido. Com isso, o governo deve chegar à metade do mandato sem cumprir a promessa.

Sem os helicópteros exclusivos, a Secretaria de Saúde tem usado, por meio de um convênio com a Casa Militar, as aeronaves que compõem atualmente a frota estadual: seis aviões e quatro helicópteros (três aviões e os quatro helicópteros são da Polícia Militar/Bombeiros). A frota ligada ao sistema de segurança é utilizada em ações de salvamento a vítimas de acidentes em áreas urbanas, rurais e em rodovias; em operações da polícia e da Defesa Civil; e no patrulhamento ambiental e de fronteiras.

A Secretaria da Saúde, sem aeronaves próprias, fica condicionada à disponibilidade das demais aeronaves para transportar pacientes. Mas, segundo a secretaria, todas as vezes em que a pasta requisitou aeronaves – 58 ocasiões desde o início do ano até a última sexta-feira – conseguiu o empréstimo e transportou pacientes ou órgãos para transplante.

De acordo com o governo, o único avanço programado para este ano é o projeto de construção de helipontos em Londrina, Maringá e Cascavel para servir de base para ações do Programa Paraná Seguro, da Secretaria de Segurança. Esses pontos poderão, no futuro, servir de base também ao sistema de resgate aéreo.

Compreensão

A presidente do Conselho de Secretários Municipais da Saúde, Marina Sidinéia Martins, diz que o transporte aéreo exclusivo para emergências ainda não foi discutido entre o governo e a entidade. Ela afirma, porém, que o convênio com a Casa Militar tem bastado para atender à demanda. "Percebemos um esforço [do governo] e entendemos que é um investimento alto e que, em apenas um ano [de gestão], não é possível fazer tudo."

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