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| Foto: EVARISTO SA/AFP

O afastamento de Dilma Rousseff (PT) da presidência e o início do governo de Michel Temer (PMDB) devem contribuir de forma decisiva para “acalmar” o Congresso, especialmente a Câmara dos Deputados, que viveu dias de sobressalto nesta semana. Na avaliação de especialistas, a erradicação das turbulências passa, necessariamente, por dois fatores: a reconstituição da coalização por meio da ampliação do diálogo e a saída de Waldir Maranhão (PP) da presidência da Câmara.

Cientistas políticos reconhecem em Temer características necessárias para a retomada do diálogo com o Congresso. Destacam a articulação e a experiência do peemedebista, que foi presidente da Câmara por duas vezes. “Ele vai ter que reconstruir essa coalização rapidamente, mas acho que ele vai ter uma relação bem melhor com o Congresso, até por conhecê-lo muito bem. É claro que a competência de sua equipe ministerial vai ter um peso grande nisso”, avalia o professor da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer.

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Para o cientista político Wilson Ferreira Cunha, professor da PUC de Goiás, os cem primeiros dias serão cruciais para Temer. Por isso, ele aponta que a escolha de seus ministros e adoção de medidas urgentes – como o corte do número de ministérios – serão determinantes para este processo. “Ou ele ‘vai’ ou ele se esborracha. Para ele ‘ir’, tem que ter diálogo e estabelecer uma relação diferente com o Congresso e com o mercado. Uma equipe econômica baseada no [Henrique] Meirelles é um bom indicativo”, apontou.

Apesar da calmaria inicial, os especialistas apontam Temer não poderá tardar a enfrentar temas espinhosos, mas necessários ao país. Entre estes, eles destacam a reforma da previdência. “O afastamento de Dilma vai trazer uma certa calma, mas logo Temer vai ter que aprovar medidas duras de austeridade fiscal e de reformas. A maneira como ele vai conduzir isso vai ser decisiva”, prevê Fleischer.

Fator Maranhão

Os especialistas consideram ainda que a Câmara deve se assentar com a provável saída de Waldir Maranhão da presidência. “Ele é indesejado por todo mundo. Pelo PT e pela oposição”, sintetizou Fleischer.

Com um novo presidente na Casa, a expectativa é de que a instituição volte a funcionar sem excessos, como os cometidos na era Eduardo Cunha (PMDB). “Imagino que haja uma relação diferente, até porque o Temer sabe o que a Dilma fez de errado nas tratativas com o Congresso. Tem tudo pra ser melhor”, avaliou Ferreira Cunha.

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