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Romero Jucá: desculpas para a presidente Dilma Rousseff | Antônio Cruz/Abr
Romero Jucá: desculpas para a presidente Dilma Rousseff| Foto: Antônio Cruz/Abr

Reação em família

"O que meu irmão disse não tem pé nem cabeça", diz Jucá

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse ter pedido desculpas à presidente Dilma Rousseff pelas acusações feitas pelo seu irmão, Oscar Jucá Neto, de que há corrupção no Ministério da Agricultura. Após a conversa com Dilma, o líder do governo disse ter ouvido dela que o ministro Wagner Rossi continua e que terá a responsabilidade de verificar se há irregularidades na área.

"Na conversa com a presidente, eu dei explicações e pedi desculpas. Disse que não concordo com o que ele [Oscar] fez. Ela, comigo, deu o assunto como encerrado e disse que o ministro Wagner Rossi vai verificar se houve alguma irregularidade", disse Jucá.

O peemedebista disse não ter conhecimento se as acusações do irmão são ou não verdadeiras, mas criticou o fato de ele ter feito as denúncias após perder o cargo na Companhia Nacional de Abastecimento. "O que ele disse não tem pé nem cabeça. Eu não conheço os dados da área, mas não concordo com a postura dele de sair atirando no ministro."

Agência Estado

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), voltou ontem a negar que haja um esquema de corrupção em sua pasta e descartou a necessidade de uma "faxina" no ministério, a exemplo do que está sendo feito nos Transportes. Segundo ele, houve apenas um "caso isolado de irregularidade" na Agricultura – praticado justamente por quem denunciou a suposta corrupção na pasta, o ex-diretor financeiro da Com­panhia Nacional de Habitação (Conab) Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Em entrevista à revista Veja, Jucá Neto disse que no Ministério da Agricultura "só tem bandidos" e acusou o ministro de comandar um suposto esquema de corrupção para abastecer cofres do PMDB e do PTB. Jucá Neto foi demitido da Conab na semana passada após ser acusado de liberar um pagamento irregular de R$ 8 milhões a uma empresa cujos sócios são laranjas.

O ministro disse que o irmão do líder do governo é um "despreparado, que tenta colocar todo mundo no mesmo saco". "Não há faxina ou crise. A única irregularidade detectada foi feita pelo Oscar. Es­­­tamos passando todos os pagamen­­tos em revista", disse o ministro.

Já o presidente do PMDB, Valdir Raupp, disse que a Conab poderia ser extinta. Segundo ele, a instituição perdeu funções e "ninguém perceberia" se deixasse de existir.

Cidades

Já o ministro das Cidades, Mário Ne­­­­gromonte, ganhou o apoio oficial da bancada do PP, seu partido. O líder do PP na Câmara dos De­­­­­putados, o paranaense Nelson Meu­­­­­rer (PR), emitiu uma nota em favor de Negromonte. "Os 44 deputados federais permanecem unidos em apoio à gestão, transparente e eficiente, delegada ao ministro Mário Negromonte", diz trecho da carta.

Reportagem da revista IstoÉ divulgada nesta semana mostra que o ministério libera recursos para obras classificadas como irregulares pelo Tribunal de Con­­tas da União. E que esses pagamentos beneficiam justamente empreiteiras que, juntas, doaram cerca de R$ 15 milhões em 2010 para campanhas eleitorais do PP.

O presidente do PP, senador Francisco Dornelles, também manifestou apoio ao ministro e disse que todas as doações recebidas por candidatos do partido não ferem a legislação eleitoral.

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