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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), aproveitou hoje sua passagem por Brasília para se aproximar de correligionários e testar sua força dentro do PSDB. Usando temas de forte repercussão nacional, como a redução da maioridade penal, e de grande impacto político entre prefeitos e governadores, caso da revisão do pacto federativo, o tucano participou de debates na Câmara e de uma reunião com a bancada tucana na Casa.

Com os deputados do partido, foram discutidas as propostas dos tucanos para a redução da maioridade. O partido atualmente tem quatro propostas distintas, mas que “podem ser convergentes” na leitura das principais lideranças. Para Alckmin, mais do que o interesse no tema, a discussão visa colocá-lo num embate nacional num momento chave em que o partido tem demonstrado “patinar” em alguns temas polêmicos pautados no Congresso Nacional. “Claro que há um gesto político nesta vinda dele neste momento. Desperta alguns interesses. Mas o clima é amistoso, não tem disputas”, ressaltou um tucano, que participou do encontro entre o governador e as bancadas.

Entre os interesses de parte dos deputados e senadores do PSDB está o de um possível posicionamento mais incisivo na direção da disputa presidencial em 2018. Inicialmente, o nome do atual presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), é considerado natural uma vez que, apesar de ter perdido a última disputa para a presidente Dilma, foi o tucano mais bem votado num 2º turno nas últimas quatro eleições contra o PT.

A possibilidade de Alckmin disputar a presidência da República em 2018, no entanto, “nunca foi descartada”, segundo pessoas próximas ao governador ouvidas pela reportagem. A discussão do tema neste momento, porém, é completamente rejeitada pelo governador. Há o receio de que ao se colocar como potencial candidato presidencial a três anos da disputa, tal iniciativa poderá desgastá-lo na condução do governo de São Paulo, maior colégio eleitoral do País.

Isso porque, se colocar seu nome, teme-se que o governo federal passe a tratá-lo como inimigo e os recursos federais e parcerias que o paulista deseja para tocar o Estado sejam diminuídos. Em razão disso, a ideia é fazer uma “política de boa vizinhança” com o Palácio do Planalto, continuar “surfando” em alguns temas como potencial discussão nacional e seguir focado na administração do governo estadual, que poderá servir de vitrine eleitoral em 2018.

Exemplo dessa postura é sua declaração elogiosa hoje no lançamento do programa de concessões anunciado por Dilma Dilma Rousseff. “Acho que é um esforço positivo no momento de crise grave que o Brasil está atravessando, de grande sofrimento para os brasileiros. É mais investimento. Tem participação do setor privado, dos Estados. Investimento que vai ajudar a sair da crise”, afirmou Alckmin na saída do evento, realizado no Palácio do Planalto.

Dentro do entorno do governador, acredita-se que, dessa forma, elimina-se a chances do “ocaso” ocorrido com Aécio em 2014. Na avaliação de alguns tucanos, o mineiro perdeu a disputa apertada para a presidente Dilma não em razão do número de votos recebidos pela petista na Região Nordeste, mas pelo descuido com a “própria casa”, Minas Gerais.

No Estado, segundo maior colégio eleitoral do País, Aécio Neves perdeu para Dilma por 47,6% a 52,4%. A diferença entre ambos foi de 550 mil votos. Esse número, entretanto, não seria suficiente para o tucano ter invertido o resultado uma vez que Dilma foi reeleita com uma diferença de apenas 3,4 milhões de votos.

Paralelo às movimentações, Alckmin também deve ver ampliada o número de aliados dentro da Executiva Nacional do PSDB que será eleita no próximo mês de julho. O atual secretário de Logística e Transporte estadual e presidente do partido no Estado, Duarte Nogueira, deve ocupar uma vice-presidência. Além dele, o deputado Silvio Torres foi indicado para ocupar a secretaria-geral, segundo posto na hierarquia do partido.

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