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Algaci admite que comprou notas

Vereador conta que foi oferecida a todos da bancada dos comunicadores a oportunidade de fazer anúncios da Câmara em seus programas

Questionado sobre as relações comerciais de um ex-funcionário do seu gabinete com a Câmara, o vereador Algaci Túlio (PMDB) acabou revelando que ele próprio encontrou uma "estratégia" para receber recursos de propaganda do Legislativo municipal. O político afirma ainda que foi oferecida a todos os vereadores da bancada dos comunicadores a oportunidade de fazer anúncios – e assim receber verbas da Câmara.

Segundo ele, a oferta teria partido do ex-presidente João Cláudio Derosso (PSDB). Derosso contesta a acusação. Ele diz que os vereadores é que o procuravam em busca de dinheiro de propaganda e ele os encaminhava para as agências que atendem a Câmara, para que conversassem entre eles.

"A verdade é que existia uma verba para os vereadores que têm meio de comunicação pra publicitar a Câmara", diz Algaci. Para poder receber uma fatia dos recursos disponíveis, o vereador confessa que precisou ir em busca de notas fiscais de empresas que pudessem ser apresentadas como comprovação dos serviços prestados. "A gente comprava nota. Muitos [comunicadores] que não têm empresa compram nota de uma empresa de publicidade", conta o vereador, que admite que a prática não é correta. "Na verdade [compra de notas] é uma barbaridade."

No entanto, para o peemedebista, essa era a forma de manter o seu programa de rádio. "Eu vivo de comercial, eu tenho que pagar meu horário de rádio, eu tenho que buscar os meios, patrocínios, pra poder sustentar." Algaci não revelou quanto recebeu da Câmara nem de quem comprou as notas fiscais para justificar os pagamentos.

Ele conta que decidiu – depois que estourou o escândalo sobre o contrato de publicidade da Câmara, em julho de 2011 – que era melhor parar de pleitear verbas públicas para o programa de rádio que apresenta.

Sobre o ex-funcionário Nello Roy Morlotti, Algaci disse desconhecer que ele tinha uma empresa. Morlotti, por sua vez, assegura que o próprio vereador propôs que o trabalho de criar e manter atualizado o blog do parlamentar fosse cobrado da Câmara. "Mas não era para fazer isso com notas da empresa dele", declara Algaci.

Morlotti afirma que não sabia sobre a ilegalidade de manter relações comerciais com a Câmara no mesmo período em que era funcionário.

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