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Aliados se articulam nos bastidores para barrar processo contra Justus

Parlamentares argumentam que o Poder Judiciário negou o pedido de afastamento do deputado após a denúncia do Ministério Público

Grupo de apoio a Nelson Justus se articula para que o Conselho de Ética da Assembleia não dê sequência ao processo contra o deputado do DEM. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Grupo de apoio a Nelson Justus se articula para que o Conselho de Ética da Assembleia não dê sequência ao processo contra o deputado do DEM. (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

O caso envolvendo o deputado Nelson Justus (DEM) ainda nem tem um relator no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná, mas aliados do parlamentar já trabalham nos bastidores para arquivar o processo. Eles argumentam que o Poder Judiciário negou o pedido de afastamento de Justus ao receber a denúncia criminal oferecida contra ele pelo Ministério Público Estadual (MP).

Apesar de Justus ter sido denunciado à Justiça em fevereiro, a Assembleia entrou na questão apenas nesta semana, ao receber do MP as mais de 7 mil páginas do processo. Com o documento em mãos, o presidente do Conselho de Ética, Pastor Edson Praczyk (PRB), convocou uma primeira reunião do grupo para a próxima segunda-feira (6). No encontro, ele designará um relator para o caso e, após ser notificado oficialmente, Justus terá cinco sessões para apresentar defesa.

Antes mesmo dos primeiros trâmites burocráticos, porém, deputados aliados ao ex-presidente da Casa começaram a se movimentar no sentido de arquivar o caso. Para eles, deve ser levado em conta o fato de o desembargador Guilherme Freire Teixeira, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), ter negado o afastamento liminar de Justus da Assembleia. Ainda corre o prazo de notificação e defesa prévia para o TJ decidir se aceita ou não a denúncia criminal proposta pelo MP há quase dois meses.

O grupo de aliados argumenta ainda que o desembargador foi claro ao afirmar que o afastamento não se faz necessário porque não há fatos novos nas supostas irregularidades que Justus teria cometido enquanto presidiu a Casa entre 2007 e 2010. Citam também que o próprio Conselho de Ética arquivou, em novembro de 2010, um pedido de cassação contra o deputado e o então primeiro-secretário da Assembleia, Alexandre Curi (PMDB), proposto pelo PV.

“O regimento interno é claro que tem de existir fato novo [para investigar um parlamentar]. Se o TJ diz que não tem, tem de arquivar o caso no conselho. A decisão principal é do Judiciário”, defende um parlamentar.

Acusações

Tramitam em outras esferas judiciais, porém, mais pedidos de afastamento de Justus do cargo de deputado, por improbidade administrativa. Dois pedidos de liminar em novas ações civis ajuizadas nas últimas semanas em decorrência da denúncia criminal do MP ainda não foram julgados pela 2.ª e 5.ª Varas de Fazenda Pública.

Na denúncia que ofereceu à Justiça, o Ministério Público acusa Justus e 31 pessoas ligadas a seu gabinete dos crimes de formação de quadrilha, peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, referentes ao escândalo dos Diários Secretos. O parlamentar, junto com assessores próximos, é acusado de usar funcionários fantasmas em um esquema de desvio de recursos públicos. Além disso, o MP cita o caso de servidores lotados na presidência da Assembleia que seriam, na verdade, agentes políticos de Justus no interior. Por fim, o órgão acusa o deputado e seus assessores de lavarem dinheiro com a venda e compra de veículos.

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