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Eleições 2014

Aliança de Dilma é a maior, mas tem problemas

Embora esteja na base da atual gestão, o Partido da República pode passar para o lado do PSDB. PT também enfrenta problemas pontuais com o PMDB

Valdemar Costa Neto (à direita): ex-presidente do PR quer ir com Aécio Neves, do PSDB | ABR
Valdemar Costa Neto (à direita): ex-presidente do PR quer ir com Aécio Neves, do PSDB (Foto: ABR)

A duas semanas do início das convenções partidárias ficam a cada dia mais nítidos quais são os reais problemas na aliança para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Mesmo reunindo um enorme arco de partidos em sua coligação, que lhe garantirá sozinha praticamente o mesmo tempo no horário eleitoral gratuito que todos seus adversários juntos, o cenário é pontuado por várias turbulências. O principal problema hoje está no PR, que está rachado. O Palácio do Planalto considera, neste momento, "imprevisível" o resultado da convenção nacional do partido que definirá a posição da sigla nas eleições.

O ex-presidente do PR Valdemar Costa Neto, que está preso em decorrência do processo do mensalão, trabalha pelo rompimento com o governo e o apoio ao pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG). Já o atual presidente, senador Alfredo Nascimento (AM), defende o apoio à reeleição de Dilma. No início do ano, o Planalto dava como certo o apoio da legenda, que terá 1min56s em cada bloco do horário eleitoral gratuito.

"A situação do PMDB está mais tranquila. Eles vão aprovar o apoio à reeleição [na convenção nacional] e vão liberar os estados. Aí tudo bem, porque nem o PT a gente controla completamente nos estados. Mas no PR a situação está mais imprevisível", disse um ministro do PT.

O PMDB realiza sua convenção nacional no dia 10 de junho. Mesmo com rebelião nos estados, o grupo do vice-presidente da República, Michel Temer, aposta que terá de 65% a 70% dos votos pela reedição da aliança com o PT. Há problemas nos diretórios do Rio, Rio Grande do Sul, Bahia, Acre, Piauí, Pernambuco e Ceará.

Enquanto a principal insatisfação do PMDB é com a falta de apoio do PT a seus candidatos a governador, no PR o descontentamento é com a indicação de César Borges para o Ministério dos Transportes, um feudo do partido. Borges é filiado ao PR, mas foi uma escolha pessoal da presidente Dilma, e não do partido.

O PR perdeu espaço no ministério desde que o então titular da pasta Alfredo Nascimento foi defenestrado em meio a um escândalo de corrupção, assim como o então diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot.

Integrantes do PR afirmam que recebem telefonemas de Valdemar Costa Neto, para tratar de articulação política, durante sua jornada de trabalho em um restaurante industrial, no Distrito Federal. Ele cumpre pena em regime semiaberto e teve o direito a trabalho externo revogado anteontem. Em São Paulo, estado de Valdemar, a executiva estadual do partido se reúne neste domingo com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e deve anunciar apoio à sua reeleição.

"O partido está muito dividido. Quem vai definir (o apoio nacional) são os deputados federais. São 32 e cada um tem um voto", disse o senador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), que defende o apoio a Dilma.

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