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Ameaça a acordo que deu fim à greve de 2015 abre nova batalha entre governo e professores

Categoria está em estado de greve desde o último sábado (25), mas ainda sem decisão pela paralisação. Aulas seguem normalmente na rede pública estadual de ensino

Servidores estaduais protestam na esteira da batalha do Centro Cívico, confronto símbolo da greve dos professores do ano passado | Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo
Servidores estaduais protestam na esteira da batalha do Centro Cívico, confronto símbolo da greve dos professores do ano passado (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo)

Em estado de greve desde o último sábado (25) devido ao atraso no pagamento de promoções e progressões na carreira, os servidores estaduais da Educação podem iniciar mais uma batalha com o governo do Paraná nos próximos dias. Há pelo menos um mês, o governo definiu que, se bancar esses atrasados, não terá caixa para garantir a reposição inflacionária ao final do ano. Segundo o Executivo estadual, será preciso optar por apenas um dos dois.

Apesar que não haver decisão por uma paralisação ainda, a APP-Sindicato, que representa os professores e funcionários de escolas, afirma que não abrirá mão de nenhum dos dois pagamentos. Segundo a entidade, promoções e progressões não pagas pelo Executivo à categoria, de abril de 2015 até junho deste ano, somariam R$ 262,8 milhões. Se o atraso persistir até dezembro, o montante subiria para cerca de R$ 450 milhões. Na semana passada, em reunião do secretariado, o chefe da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, classificou como inviável quitar a dívida no atual momento econômico que vive o país. “Nosso compromisso é pagar em 2017”, disse.

Internamente, porém, o cenário é tratado de maneira ainda pior. “Dar reajuste de 10,67% [no ano que vem] e pagar mais todas promoções e progressões não é compatível. Não há possibilidade de fazer isso sob de pena de não investirmos mais recursos em benefícios da população”, declarou Mauro Ricardo há uma semana.

Na noite desta terça-feira (28), o Executivo convocou os deputados governistas ao Palácio Iguaçu para expor o tamanho do problema. “Nos mostraram a situação do estado. Há problemas para pagar os reajustes em janeiro e as promoções e progressões. Basicamente, teremos de escolher um ou outro”, resumiu um parlamentar.

Escalonamento foi aprovado em lei

Em meio à greve dos professores no ano passado e após o fatídico episódio do dia 29 de abril, a Assembleia Legislativa aprovou um reajuste escalonado para o funcionalismo público: 3,45% referentes à inflação de maio a dezembro de 2014 foram pagos em outubro de 2015; enquanto a inflação de 10,67% de 2015 foi paga em janeiro deste ano.

Por sua vez, ficou estipulado em lei que as perdas inflacionárias de 2016 serão pagas em janeiro de 2017 – quando os servidores também ganhariam um adicional de 1%. Além disso, a reposição da inflação pelo IPCA de janeiro a abril de 2017 será paga em 1.º de maio do ano que vem – quando a data-base dos servidores voltará a ser em maio, e não mais em janeiro.

Agora, no entanto, o Executivo alega não ter como cumprir o escalonamento do reajuste e, ao mesmo tempo, bancar promoções e progressões ao funcionalismo.

Uma das possibilidades colocadas na mesa é enviar um projeto à Assembleia revogando a lei que trata do reajuste até 2017. Por ora, porém, o governo ainda não bateu o martelo em relação ao tema.

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