O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu no Senado, nesta terça-feira, a postura do governo em relação à crise do gás com a Bolívia. Segundo ele, o governo agiu de forma equilibrada, com "abertura no diálogo e firmeza na negociação".
Ele admitiu que a "dosagem" usada na diplomacia é "sempre subjetiva". Mas, citando o "desnecessário" uso de forças militares pela Bolívia nas companhias estrangeiras, Amorim afirmou que a reação do Brasil teve por objetivo "prevenir reações irracionais" e facilitar a defesa dos interesses brasileiros.
- O pior que poderia acontecer é uma radicalização da posição - disse. (...). A politica do Brasil nunca será a do porrete, será sempre a da boa vizinhança - afirmou.
Segundo ele, a racionalidade com que a Bolívia tem agido poderia desaparecer caso o Brasil radicalizasse sua postura.
Segundo o ministro, o "período de confrontação" pelo qual o país passou está "muito ligado a um período pré-eleitoral" na Bolívia. Amorim disse que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, viajarão nos próximos dias para a Bolívia.
Amorim ressaltou ainda dois parágrafos do comunicado conjunto divulgado na semana passada pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Argentina, Néstor Kirchner; da Bolívia, Evo Morales; e da Venezuela, Hugo Chávez sobre o preço e abastecimento de gás.
O texto diz que "os presidentes coincidiram na necessidade de preservar e garantir o fornecimento de gás" e concordaram que a "discussão sobre o preço tem que ser racional", de forma a viabilizar investimentos.
Apesar de toda a instabilidade, diz, a Bolívia, tem sido fornecedor confiável ao brasil.
- Nunca faltou gás ao Brasil,
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