
O ex-deputado André Vargas foi preso pela Polícia Federal no desenrolar da 11.ª fase da Operação Lava Jato, nesta sexta-feira (10) , que recebeu a denominação de “A Origem”. Além de Vargas, foram presos os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), a secretária de Argôlo, Elia Santos, Ivan Mernon da Silva Torres, Leon Vargas (irmão de André Vargas) e Ricardo Hoffman, diretor de uma agência de publicidade. Condenado no mensalão, Pedro Corrêa cumpria pena no regime semi-aberto.
Nesta fase, cerca de 80 Policiais Federais cumprem 32 mandados judiciais. São sete mandados de prisão, sendo três prisões preventivas (Vargas, Argolo e Corrêa) e quatro mandados de prisão temporária. Também estão em curso a execução de nove mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
Nesta etapa, estão sendo investigados os crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência envolvendo três grupos dos ex-deputados.
Os presos serão trazidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR onde permanecerão à disposição da Justiça Federal. Como perderam a prerrogativa de foro, o caso dos ex-parlamentares está sendo investigado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato.
A operação não busca apenas fatos ligados à Petrobras, mas também investiga desvios de recursos ocorridos em outros órgãos públicos federais.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, há indícios de esquemas na Caixa Econômica Federal - por meio de contratos de publicidade - e no Ministério da Saúde.
Além das prisões, também foi decretado o sequestro de um imóvel de alto padrão em Londrina, no Norte do Paraná. As medidas foram deferidas pelo Juízo da 13ª Vara Federal em Curitiba-PR e os presos serão conduzidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
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Como são escolhidos os nomes das operações da Polícia Federal?
O nome da operação faz referência às investigações dos ex-parlamentares, cujo envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef foi descoberto nas primeiras etapas da operação, no ano passado.
Segundo comunicado da Polícia Federal, “a atual fase tem por objetivo a investigação realizada em diversos inquéritos policiais e a partir da baixa de procedimentos que tramitavam perante o Supremo Tribunal Federal, apurando fatos criminosos atribuídos a três grupos de ex-agentes políticos, que abrangem os crimes de organização criminosa, quadrilha ou bando, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a procedimento licitatório, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência.”
A Polícia Federal detalhará a ação desta fase da Lava Jato em uma entrevista coletiva às 10h, na Superintendência da Polícia Federal, localizada na rua Sandália Monzón, 210, bairro Santa Cândida, Curitiba/PR.



