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Câmara

Apesar de apelos, Alves diz que é melhor não forçar votação do Marco Civil

Segundo ele, apesar de líderes indicarem que há entendimento em torno da proposta, existe ainda forte resistência por parte dos deputados

Apesar dos apelos do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), defendeu nesta quarta-feira (19) que a votação do Marco Civil da Internet ocorra na próxima semana.

Segundo Alves, apesar de líderes indicarem que há entendimento em torno da proposta depois que o governo anunciou recuos sobre pontos da matéria, existe ainda forte resistência por parte dos deputados. O presidente da Câmara afirmou que a resistência à proposta não é exclusividade do PMDB.

"Como tenho informações que eu acho que o governo não tem, de que poderá haver forte obstrução de vários partidos e parlamentares da base aliada, eu aconselharia não tentar forçar hoje uma votação. Acho melhor um bom acordo do que uma luta incerta e muito arriscada e trazendo de novo uma radicalização", afirmou Alves.

"Embora alguns líderes aliados possam conduzir numa direção, muitos parlamentares dos seus partidos vão numa outra direção", completou. O presidente da Câmara se reúne nesta manhã com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e líderes da Câmara para discutir a votação.

O governo quer acelerar a votação para evitar que surjam novas demandas dos parlamentares ao projeto e também nas negociações em relação ao espaço no governo. Para esvaziar o chamado "blocão" o governo negociou cargos com PR e PTB que ainda fazem parte do grupo criado para discutir a relação com o Executivo, capitaneado pelo PMDB.

Ontem, para evitar uma derrota na votação, o Planalto fez dois acenos aos aliados: vai retirar a exigência de nacionalização dos centros de dados dos usuários e acertou ainda um ajuste no ponto principal do projeto, a neutralidade da rede --jargão que define o acesso a todos os sites e produtos dentro da mesma velocidade de conexão. Agora, aceita que exceções sejam fixadas após consulta à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e ao Comitê Gestor da Internet.

Marco Civil

O marco é considerado uma espécie de Constituição da rede, estabelecendo princípios, garantias, direitos e deveres no uso da internet.

O relatório do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) determinava que decreto do Executivo regulamentaria a obrigação de empresas como Google e Facebook manterem no país estrutura de armazenamento de dados de usuários.

Para isso, elas teriam de replicar estrutura semelhante à mantida em outros países, como os EUA.

Segundo o governo, a medida daria maior proteção aos dados do país. Há meses, empresas de tecnologia patrocinam lobby nos gabinetes do Congresso para derrubar a exigência, sob argumento de que representaria custos exorbitantes.

O texto alternativo retira a obrigação, mas determina que as informações respeitem a legislação. "Isso é inegociável", diz a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

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