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Com 76 anos e no final do seu décimo mandato consecutivo como deputado, Inocêncio Oliveira foi um dos líderes da Arena, a sigla de apoio à ditadura militar | Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Com 76 anos e no final do seu décimo mandato consecutivo como deputado, Inocêncio Oliveira foi um dos líderes da Arena, a sigla de apoio à ditadura militar| Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

Ex-presidente da Câmara e um dos políticos de proa em Brasília nos últimos 40 anos, o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) fez na tarde desta quarta-feira (19) um longo discurso no plenário para marcar a sua aposentadoria. Com 76 anos e no final do seu décimo mandato consecutivo como deputado, Inocêncio foi um dos líderes da Arena, a sigla de apoio à ditadura militar (1964-1985), e do PFL (hoje DEM), no auge da legenda, durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

"Vou concluir meu mandato parlamentar no sentimento do dever cumprido e aposentar-me pela Previdência Social como qualquer trabalhador brasileiro", discursou o deputado, em uma fala que se estendeu por mais de duas horas devido aos vários apartes de colegas do governo e da oposição.

No discurso, ele exaltou a democracia e enumerou os vários cargos que ocupou em sua carreira política. A mulher, duas filhas e duas netas acompanharam a sessão. Inocêncio presidiu a Câmara em 1993 e 1994, mas entrou em declínio político após ser derrotado por Aécio Neves (PSDB) em 2001, quando tentava novamente voltar ao comando da Casa.

Apesar disso, desde 1989 o pernambucano ocupou vários cargos na Mesa Diretora, o que lhe rendeu o apelido de "deputado guardanapo", que não sai da mesa. Após deixar o PFL, o deputado passou ainda pelo PMDB antes de ingressar no PL, hoje PR, sua atual sigla. Ele não conseguiu se manter na Mesa nas eleições internas de 2013 e não disputou a reeleição neste ano. Oficialmente, seu último mandato se encerra no final de janeiro.

Nos últimos anos o deputado vem enfrentando problemas de saúde, como artrose e dificuldades de audição. Na década passada, Inocêncio foi condenado pela Justiça do Trabalho sob a acusação de manter funcionários em situação análoga à escravidão em uma fazenda no Maranhão. Na parte criminal, o Supremo Tribunal Federal rejeitou a acusação e arquivou o inquérito sobre o caso.

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