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Em brasília

Após a eleição, olhar se volta à disputa na Câmara

Deputados reeleitos e novatos costuram negociações sobre quem irá presidir a Casa. Eduardo Cunha (PMDB) surge como nome forte

Eduardo Cunha já se dispôs a assumir a presidência da Câmara | Reinaldo Ferrigno/Câmara dos Deputados
Eduardo Cunha já se dispôs a assumir a presidência da Câmara (Foto: Reinaldo Ferrigno/Câmara dos Deputados)

Nas próximas semanas, o assunto que deve dominar as conversas na Câmara dos Deputados é a escolha da Mesa Diretora da Casa a partir da próxima legislatura. Deputados reeleitos e os novatos já começaram a costurar as negociações para decidir o grupo de parlamentares que vai dirigir os trabalhos legislativos. Na última semana, parlamentares da base e da oposição fizeram reuniões para discutir os blocos partidários e a possibilidade de indicação de nomes para compor os cargos da Mesa, cuja formação se mantém por dois anos.

A bancada do PMDB já oficializou que o líder do partido na Casa desde fevereiro – Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – vai encabeçar estas negociações. Cunha também já se dispôs a assumir a presidência da Câmara, que será pleiteada pelo partido. Há oito anos, o PT e o PMDB firmaram um acordo e, desde então, se revezam no cargo. Só que desta vez o partido aliado diz não abrir mão de indicar o comando.

"Por aclamação da bancada, Cunha aceitou a atribuição de buscar ocupar estes espaços. Tanto os cargos na Mesa quanto nas comissões", diz o correligionário paranaense Osmar Serraglio. Tradicionalmente, é o partido que tem a maior bancada que indica o nome para a presidência. No ano que vem, o PT manterá a liderança em número de deputados federais, mas outros partidos esperam negociar. "Ainda é muito cedo para saber se haverá embate ou consenso, mas o assunto certamente vai ocupar muito das próximas semanas", aponta o deputado.

A bancada do PT já está se reunindo informalmente para discutir a questão, mas o encontro oficial está marcado para o próximo dia 13. Para os petistas, a estratégia do PMDB, de expor a situação já nos primeiros dias depois das eleições, serve mais como estratégia para forçar a continuidade no cargo. "O PMDB sabe que pode haver negociação, mas a postura atual não contribui", reclama Assis do Couto (PT-PR).

Enio Verri (PT), que é deputado estadual e foi eleito para ocupar uma cadeira na Câmara Federal, esteve em Brasília na última semana para iniciar as negociações, mas ele considera que tudo ainda é muito incipiente. "A construção do cenário ainda levará alguns dias."

Pressão

No início da semana, a Câmara já mostrou que não vai facilitar a governabilidade. Embora os partidos de apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT) tenham a maior parte das cadeiras na Casa, os aliados se uniram a deputados da oposição e derrubaram o decreto presidencial que obrigava que decisões governamentais de interesse social tivessem de ser submetidas a conselhos populares.

Oposição

Os partidos de oposição também já começaram a discutir a formação dos blocos partidários e a possível indicação de um nome para concorrer à presidência. Julio Delgado (PSB-MG) é o mais cotado até agora. "Ele já se colocou à disposição, mas isto dependerá das demais negociações. Acredito que essa discussão deve ganhar mais força no final de novembro", comenta Rubens Bueno (PPS). De acordo com ele, só com a definição dos blocos partidários é que será possível viabilizar candidaturas.

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