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Renan Calheiros e Lula se reuniram na tarde desta terça-feira (26). | José Cruz/Agência Brasil
Renan Calheiros e Lula se reuniram na tarde desta terça-feira (26).| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Depois de quase uma hora e meia de encontro com o ex-presidente Lula, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (26) que petista demonstrou “muita preocupação com os desdobramentos da crise política” e do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Lula, segundo Renan, não falou em novas eleições. Ao ser perguntado se sentia-se pressionado com esse tipo de conversa, Renan disse que “conversar não tira pedaço” de ninguém e avisou que continuará conversando, inclusive, com a presidente Dilma quantas vezes ela quiser.

“Ele [Lula] demonstrou muita preocupação com os desdobramentos da crise política e defendeu valores democráticos pelos quais ele disse e repito, sempre lutou. Ele não tratou de antecipação de eleições, de convocação de novas eleições. E isso não seria o caso”, disse Renan, avisando. “Tenho conversado nos momentos bons e nos momentos ruins e vou continuar conversando com todo mundo. A democracia se fortalece com as conversas. E, mais do que nunca, é preciso aprender que conversar não arranca pedaço.”

Renan classificou de “boa” a conversa com Lula. “Ele falou de sua experiência como presidente da República, defendeu valores democráticos e disse, fundamentalmente, que estava preocupado com os desdobramentos desse processo político. Ele disse que acredita muito no Brasil, que o Brasil é maior do que suas crises e que quer colaborar com saídas”, disse Renan.

O presidente do Senado se reunirá com Dilma no final da tarde.

“O papel do presidente do Senado é exatamente esse: é conversar com todo mundo para, em todos os momentos, demonstrar isenção e responsabilidade para com o país. E inclusive com a presidente da República, que pediu para conversar. E toda vez que ela pedir para conversar, conversarei com ela. Porque entendo que meu papel é exatamente esse: conversar, trabalhar para construir convergências com todos os atores dessa crise política e pensando no Brasil, na necessidade de se ampliar a previsibilidade política e constitucional”, disse Renan.

Mesmo sem impeachment, Dilma já admite defender convocação de novas eleições

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E nesta quarta-feira (27), Renan terá o primeiro encontro com o vice-presidente Michel Temer depois da chegada do processo de impeachment ao Senado. Ele disse que conversa com todos para “buscar convergências”. Nesta quarta-feira, Renan ainda terá uma reunião formal com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

“Vou continuar conversando com todos. Conversar não arranca pedaços”, repetiu ele.

Renan também não quis comentar sobre as movimentações de Temer sobre composição de ministério, mas sinalizou que tinha certa resistência a esses movimentos explícitos. Ele disse que Lula não falou sobre isso.

“Sinceramente, não acho nada. E cada vez, para manter a isenção, devo achar menos, porque só assim chegaremos ao final desse processo administrando a convergência entre todos”, resumiu.

No encontro com Lula, o presidente do Senado repetiu ainda o discurso da isenção. Ele garantiu que colocará em votação no plenário a admissibilidade do processo de impeachment 48 horas depois de aprovada na comissão. Com isso, a abertura do processo deve ser votada em plenário no dia 11 de maio, com prazo-limite de 12 de maio.

“Reforcei para o presidente Lula o papel histórico do Senado, o meu esforço pessoal para ampliarmos a previsibilidade política e constitucional. E disse que o Senado, ao final e ao cabo, ia julgar e que seria uma decisão política, claro, mas também de mérito, com relação a sabermos se a presidente teria cometido ou não suposto crime de responsabilidade”, explicou ele.

Renan disse ainda que, aprovada a admissibilidade do impeachment, a presidência do Senado nesse caso especificamente será passada ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski. Segundo ele, caberá a Lewandowski comandar pelo menos duas sessões públicas: a sessão da pronúncia de juízo, quando se vota se há provas do crime, e, em 15 ou 20 dias, a sessão de julgamento da presidente Dilma.

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