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Às vésperas do recesso oficial, parlamentares ainda não sabem se terão “férias”

Do resultado da sessão de quarta-feira do STF depende a decisão de suspender ou não as férias parlamentares e, consequentemente, de parar ou acelerar o relógio da cassação da presidente Dilma

Congresso vive clima de paralisia enquanto o Supremo não define o rito do impeachment. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Congresso vive clima de paralisia enquanto o Supremo não define o rito do impeachment. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Os parlamentares brasileiros terão de planejar suas “férias” em cima da hora. Às vésperas da data do início do recesso, o Congresso aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir quando as férias começam e terminam. A questão central é o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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Se o rito do impeachment for decidido nesta quarta-feira (16) pelo Supremo, o governo pode pressionar para suspender o recesso e dar um andamento rápido ao processo de impeachment. Entretanto, a decisão do STF pode ficar só para fevereiro, mantendo parado o relógio do impeachment.

Há uma avaliação comum à oposição e ao governo em relação ao impeachment. Quanto antes o processo for iniciado, melhor para Dilma (leia mais ao lado). Mas, para que isso aconteça, é necessário que o STF se posicione sobre o rito, que está suspenso desde a semana passada por decisão liminar do ministro do Supremo Luiz Edson Fachin.

O Brasil não pode continuar paralisado e afundando como está afundando. Precisamos de um desfecho para essa ladainha.

Marco Aurélio Mello ministro do STF, defendendo que os colegas não peçam vista no julgamento do rito do impeachment, na quarta-feira (16). Um pedido de vista levaria o Supremo a só tomar uma decisão final sobre o assunto em fevereiro.

A sessão do STF para deliberar sobre a liminar está marcada para a quarta. Porém, nada impede que um dos 11 ministros peça vista do processo. Se isso ocorrer, a votação pode ficar para depois do recesso judiciário – em fevereiro.

Em entrevistas recentes, o ministro Marco Aurélio Mello considerou a hipótese do pedido de vista “inimaginável” e Gilmar Mendes disse que o clima no STF e é de que “há uma necessidade de esse tema ser encaminhado”.

Cenários

Enquanto isso não ocorre, o clima no Congresso é de paralisia. Pela Constituição, o recesso parlamentar vai de 22 de dezembro e a 2 de fevereiro. Porém, o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), pode adiantar o início do ano legislativo – desde que haja uma justificativa. Essa decisão vale para para Senado e Câmara, mas precisa de aprovação da maioria absoluta em ambas.

Há, entretanto, um “plano B”: deixar de votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Parte da base afirma que, se a lei não for votada antes do fim do ano, o Congresso não pode entrar em recesso. Essa interpretação, porém, é questionada. No entendimento de Rodrigo Kanayama, professor de Direito Público da UFPR, a Constituição não impede o término da sessão legislativa sem a aprovação da LDO, somente o recesso de meio de ano – o que, aliás, não ocorreu.

O relator do orçamento de 2016, Ricardo Barros (PP-PR), diz esperar que as três leis orçamentárias (Plano Plurianual, LDO e o orçamento propriamente dito) sejam votadas nesta semana.

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