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O advogado e jornalista Dilermando Nonato da Costa Cruz pediu exoneração do cargo de assessor do governador Roberto Requião (PMDB). O pedido foi feito na terça-feira - dia em que foi divulgada uma gravação feita pela Polícia Federal em que Nonato apareceu em uma conversa com Rodolpho Veras, filho de Zuleido Soares Veras, dono da construtora Gautama, acusada de ser o pivô do tráfico de influência e fraudes em licitações públicas.

Zuleido foi preso na Operação Navalha da Polícia Federal e libertado na madrugada desta quarta-feira.

Na gravação, mostrada pelo telejornal Paraná TV, Nonato discute um contrato da Gautama com a prefeitura de Camaçari, no estado da Bahia. No trecho, Nonato fala com Rodolpho de uma conversa que teve com o prefeito de Camaçari Luiz Caetano (PT) -também preso durante a ação da PF. "Caetano pediu o seguinte: Nonato fala com eles pra não fuçar a prefeitura. Eu vou resolver essa m., mas eu só posso fazer isso depois da eleição, porque senão eu levo chumbo".

Nonato, conforme divulgou o colunista da Gazeta do Povo, Celso Nascimento, na edição desta quarta-feira, não confirma seu envolvimento no caso, mas confirma que é amigo, sim, do dono da Gautama: "Sou amigo pessoal de Zuleido Veras. E assim continuarei, no momento em que foi transformado em "bode expiatório" e "inimigo público número um", com a opinião pública tendo suas atenções desviadas de outros assuntos. Aliás, sou também amigo de sua mulher, D. Jane, e dos filhos, Rodolfo e Maria Clara. Vou freqüentemente à Salvador, BA, e freqüento sua casa."

Para a reportagem do Paraná TV, Nonato disse que procurou o prefeito de Camaçari e que não pediu nada de absurdo. "Ele (o prefeito Luiz Caetano) é inocente e eu não fiz nada de errado. E a exoneração do governo do Paraná fui eu quem pedi".

Nonato foi contratado em maio de 2004 como assessor da governadoria do estado do Paraná e ganhava R$ 4.675 por mês para fazer assessoria política de Requião.

Navalha

A PF acusa Veras de liderar em vários estados um esquema de fraude de licitações e desvio de dinheiro público, desmontado pela Operação Navalha. O empresário e outras 47 pessoas foram detidas durante a ação da PF - todas já foram soltas por ordem da Justiça. Veras e outros quatro funcionários da Gautama foram os últimos a deixar a carceragem da PF de Brasília - no início da madrugada desta quarta-feira.

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