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Prevendo contestações por parte da defesa de investigados na operação Lava Jato, associações de magistrados dizem estar em alerta para defender as prerrogativas do juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que conduz os processos na primeira instância. As afirmações vieram após reportagem publicada pela revista "Veja", que diz que há "movimentações" para deslegitimar o trabalho do juiz.

Tanto a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) como a Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) dizem que, até o momento, não houve qualquer ação efetiva contra Moro. "Há muitas conversas, pessoas dizendo coisas, mas até agora não houve ação, pedido, ameaça. Mas é um caso de bastante repercussão, temos que ficar atentos", diz Antônio César Bochenek, presidente da Ajufe.

Anderson Furlan, presidente da Apajufe, comenta que se formou no Brasil "um verdadeiro sistema de constranger magistrados", já que qualquer advogado pode entrar com uma denúncia no CNJ. Nestes casos, as associações são responsáveis pela defesa dos juízes, contratando advogados e bancando deslocamentos, por exemplo. Sem citar nomes, "Veja" diz que advogados de defesa de investigados teriam a intenção de denunciar Moro por causa de "vazamentos seletivos" de depoimentos em delação premiada. Ainda segundo a revista, os advogados pretenderiam anular a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e impedir a homologação do acordo com o doleiro Alberto Youssef. A revista relata que os criminalistas reclamam que Moro teria coagido Costa e Youssef a colaborar com as investigações, dizendo que iria mandar prender parentes dos dois.

As informações foram fortemente rechaçadas por advogados de defesa ouvidos pela reportagem da Gazeta do Povo e também pela Justiça Federal. Moro não concede entrevistas em decorrências dos processos ainda estarem em trâmite.

Processo corre sob sigilo no CNJ

Na Corregedoria Nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há um pedido de providências que envolve o nome de Moro. O procedimento foi iniciado em abril deste ano, ou seja, depois da deflagração da Lava Jato, mas corre sob sigilo. Até o momento não houve resolução, segundo a assessoria do tribunal.

O Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4) informa que não há nenhum procedimento contra Moro aberto atualmente.

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