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Ativista contra corrupção, Victor Fasano já foi condenado por improbidade

Ator foi secretário do ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. Condenação prevê devolução de dinheiro aos cofres públicos

Ator foi uma espécie de porta-voz à comitiva de celebridades que visitou o juiz Sergio Moro | Antônio More/Gazeta do Povo
Ator foi uma espécie de porta-voz à comitiva de celebridades que visitou o juiz Sergio Moro (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

O ator Victor Fasano, que esteve em Curitiba para visitar o juiz federal Sergio Moro e manifestar apoio à campanha “Dez medidas contra a corrupção”, já foi condenado por improbidade administrativa.

Em 2012, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou que o artista e outros agentes públicos devolvessem R$ 520 mil (em valores da época) aos cofres municipais. A condenação se refere ao período em que Fasano era secretário do então prefeito do Rio, César Maio (DEM). Fasano recorre da decisão.

O artista ocupava o cargo de secretário especial de Promoção de Defesa dos Animais. Na mesma época, Fasano presidia o Criadouro Ave Tropicus, que foi contratado pela prefeitura para um projeto ambiental, de reprodução em cativeiro de aves ameaçadas de extinção. O convênio – que vigorou por dois anos – previa o repassasse anual de R$ 260 mil à entidade. O serviço seria prestado pelo criadouro à Fundação Riozoo.

Antes da celebração, a Procuradoria Municipal do Rio havia opinado contra a celebração do convênio, mas, ainda assim, o então procurador-geral deu o sinal verde e o contrato foi assinado. Na decisão proferida pela juíza Maria Paula Gouvêa Galhardo, da 4ª Vara de Fazenda Pública do Rio, apontou que Fasano e os agentes públicos não apresentaram provas que demonstrassem que a finalidade do convênio tivesse sido atendida ou que o serviço tivesse sido prestado.

“Daí decorre a necessária conclusão quanto ao prejuízo ao erário, cujas verbas foram utilizadas para financiar o criadouro que nenhuma contraprestação efetivamente concedeu à Riozoo, caracterizando a lesão ao erário, cuja verba foi investida para a manutenção de um exclusivamente criadouro privado”, consta da decisão.

Na última segunda-feira (8), Fasano se apresentou como uma espécie de porta-voz da comitiva de artistas que foi recebida pelo juiz Sergio Moro. Após o encontro, o ator que iniciou um pronunciamento de apoio à Operação Lava Jato e conclamando apoio à campanha “Dez medidas contra a corrupção” – iniciativa que tem por objetivo ampliar as penas para corruptos e corruptores.

“Somos mais de 50 atores, apoiando as ‘Dez Medidas Contra a Corrupção’, apoiando a Operação Lava Jato e nos colocando à disposição para qualquer ação nesse sentido, que acabe com a corrupção e desmandos nesse país que todos amamos”, resumiu Fasano.

O artista também mandou um recado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) – que é filho de Cesar Maia – e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Fasano disse estar “de olho” na atuação dos parlamentares, tanto em relação à eventual tramitação das “Dez medidas contra a corrupção” no Congresso, quanto a um propositura de Renan, conhecido “Projeto do Abuso de Autoridade”.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa do ator, mas não houve retorno.

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