
Parte da propina arrecadada em Londrina pelos auditores fiscais investigados na Operação Publicano, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), seria destina a Curitiba.
Em entrevista à reportagem, o advogado Eduardo Duarte Ferreira, que defende o ex-inspetor regional de fiscalização Luiz Antônio de Souza, revelou que 10% do montante seria levado para a capital em malas ou amarrado ao corpo do transportador, em carros ou em aviões. Segundo o advogado, o próprio cliente admitiu ter feito esse serviço. Os destinatários seriam superiores hierárquicos dos auditores fiscais.
Souza está colaborando com as investigações há cerca de duas semanas, após firmar um acordo de delação premiada com o Gaeco.
O advogado Ferreira contou que, segundo seu cliente, o padrão de corrupção verificado em Londrina se repetia em outras delegacias da Receita Estadual em todo o Paraná. Ao lado de Londrina, Maringá e Curitiba seriam as delegacias com o maior volume de propina acumulado. As de Jacarezinho e de Guarapuava teriam uma movimentação mais fraca.
Divisão do bolo
Pessoas que ocuparam os cargos de delegado e de inspetor de fiscalização da Delegacia da Receita Estadual de Londrina ganhariam, em média, R$ 100 mil por mês em propina. Segundo o delator Luiz Antônio de Souza, o auditor que fazia a fiscalização ficava com 50% de todo o valor obtido; 40% seriam divididos entre o inspetor regional de fiscalização e o chefe da Delegacia Regional (20% para cada); e os 10% restantes iriam para Curitiba. O “bolo” inteiro chegaria a R$ 500 mil mensais ou R$ 6 milhões ao ano.



