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A Secretaria de Controle Interno e Auditoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não aceitou os esclarecimentos prestados pela campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recomendou novamente a rejeição das contas do candidato e de seu comitê financeiro. De acordo com o relatório do órgão, o petista recebeu R$ 12,8 milhões em doações feitas por oito empresas concessionárias de serviços públicos – que são proibidas pela legislação eleitoral de contribuir com campanhas políticas.

No parecer preliminar, os técnicos do TSE detectaram que havia na prestação de contas feita pela campanha pelo menos R$ 10,3 milhões em doações irregulares. Na sexta-feira, um novo parecer do órgão revelava irregularidades ainda maiores. A diferença entre os dois relatórios corresponde à doação da empresa Carioca Christian Nielsen Engenharia S/A, que teria participação na Concessionária Rio-Teresópolis (CRT) desde o início de julho de 2006. Na retificação, os representantes da campanha chegaram a argumentar que as duas empresas não tinham ligação, mas não conseguiram comprovar a tese.

O plenário do TSE julgará as contas da campanha petista à Presidência da República na sessão marcada para terça-feira à noite. Até as eleições de 2002, havia no tribunal a prática de aprovar, com ressalvas, contas com esse tipo de irregularidade. Existe a possibilidade de se encontrar brechas na lei para livrar Lula do constrangimento de ter as contas reprovadas e, por conseqüência, ter a diplomação e a posse no cargo comprometidos.

Segundo advogados especialistas em legislação eleitoral, sem a contabilidade aprovada o candidato ficaria impedido de ser diplomado ou tomar posse no cargo. O presidente do tribunal, ministro Marco Aurélio Mello, chegou a cogitar essa possibilidade na semana passada. No dia seguinte, informou que Lula seria diplomado na quinta-feira, dia 14, mesmo que as contas fossem rejeitadas. Caberia ao Ministério Público entrar com uma ação no tribunal para pedir a cassação do diploma se considerar necessário.

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