
Com a popularidade em alta, a presidente Dilma Rousseff não conseguiu ainda mudar a percepção do brasileiro sobre a situação de políticas públicas essenciais, como saúde e educação. Pesquisa Ibope, encomendada e divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 51% dos entrevistados consideram o seu governo bom ou ótimo, 71% aprovam a maneira como está governando e 68% afirmam confiar nela. Mas, apesar dos números positivos para a presidente, a população aprova o governo em apenas três das nove áreas de atuação pesquisadas: combate à fome e à pobreza (59% de aprovação), meio ambiente (54%) e combate ao desemprego (53%).
Nas outras áreas ocorre o inverso: saúde (67% de desaprovação), impostos (66%), segurança pública e taxa de juros (59% cada), combate à inflação (55%) e educação (51%). Em comparação com a última pesquisa CNI/Ibope, divulgada em julho, a aprovação nas nove áreas ou melhorou um pouco ou ficou no mesmo patamar.
Mesmo com tantas áreas desaprovadas, a alta popularidade da presidente Dilma pode ser explicada pelo baixo desemprego a taxa de desempregados, segundo o IBGE, ficou em 6% em agosto, a mais baixa de toda a série histórica.
"Uma das razões da popularidade muito alta da presidente é o baixo nível de desemprego. Então o índice de satisfação da população é alto, o que puxa a avaliação positiva do governo", afirma Renato da Fonseca, gerente-executivo de pesquisa, avaliação e desenvolvimento da CNI.
A pesquisa traz uma novidade: a recuperação da avaliação do governo se deu principalmente no Sul, que desbancou o Nordeste como a região onde o governo é tradicionalmente melhor avaliado. No Sul, 57% dos entrevistados consideram o governo ótimo ou bom; 75% aprovam a presidente; e 72% confiam nela. No Nordeste, esses índices são, respectivamente, 50%, 73% e 71%.
A avaliação do governo também passou a ser melhor no Sudeste (52%) que no Nordeste (50%), embora dentro da margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. Nos quesitos aprovação e confiança na presidente Dilma, no entanto, o Nordeste continua à frente do Sudeste, embora atrás do Sul.
A pesquisa ouviu 2002 pessoas em 141 municípios, entre 16 e 20 de setembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos e a margem de confiança é de 95%. Em 2011, foi a terceria pesquisa Ibope encomendada pela CNI.



