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Gestão pública

Balanço do PAC justifica “faxina” da presidente nos Transportes

Obras prioritárias do setor não atingiram metas previstas para os primeiros seis meses do governo. Avaliação do programa será divulgada hoje

As concessionárias de ferrovias no Brasil deverão investir um total de 3 bilhões de reais em 2011 | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
As concessionárias de ferrovias no Brasil deverão investir um total de 3 bilhões de reais em 2011 (Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo)

A divulgação do primeiro balanço de execução de obras do Pro­­­grama de Aceleração do Cres­­­ci­­­mento (PAC) do governo Dilma Rousseff, marcada para hoje, servirá justificar a "faxina" que está sendo realizada no setor de transportes ao mostrar que a área tem problemas de gestão. O Ministério dos Transportes deixou de cumprir metas importantes do PAC nos primeiros seis meses do novo governo – embora o Ministério dos Transportes seja responsável por 48% do dinheiro público liberado para projetos do programa até o fim de junho.

A frustração mais conhecida ocorreu no projeto do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo, cujo leilão deveria ter sido feito em 29 de abril. A licitação foi adiada para julho. Mas nenhum concorrente apareceu, o que levou o governo a mudar a modelagem da concessão, que agora prevê dois leilões. O primeiro está marcado para fevereiro de 2012.

Na Ferrovia Norte-Sul, outro projeto considerado importante para o governo, os trechos que ligam Palmas (TO) a Anápolis (GO) – de cerca de 800 quilômetros – deveriam ter sido concluídos até o dia 30 de abril. Mas, segundo informa a estatal Valec, responsável pela obra, esses trechos não estão totalmente prontos.

Há um trecho em Goiás, entre Santa Izabel a Uruaçu, cuja execução está em torno de 80%. Os trabalhos foram atrasados por causa das chuvas, explica a estatal. Essa parte da ferrovia, chamada lote 4, é alvo de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público por suspeita de superfaturamento.

A crise na área dos transportes também deve provocar novos atrasos no futuro. Por causa da decisão de suspender novas licitações, a Valec, por exemplo, está atrasada na contratação da empresa que fará estudos para o projeto do prolongamento da Norte-Sul no trecho paulista, entre a cidade de Panorama e o porto do Rio Grande.

O governo federal pretendia assinar um contrato com o governo de São Paulo, até o dia 15 de dezembro do ano passado, para elaborar um estudo sobre alternativas para o Ferroanel, outra obra do PAC. Esse contrato só foi assinado no dia 17 de junho, segundo informou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A agência não concluiu o relatório consolidando estudos existentes e o relatório parcial ambiental da obra, ambos previstos para o dia 31 de março.

Na área do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), não está pronta, por exemplo, a obra na BR-101 entre Igarassu (Alagoas) e a divisa com a Paraíba. Essa obra deveria ter sido entregue até 30 de março. O trecho entre Ribeirão e Palmares, também na BR-101, não ficou pronto. A obra era prometida para 28 de fevereiro.

Aeroportos

Os aeroportos, sob grande pressão devido à superlotação e à aproximação da Copa do Mundo, também deixaram de cumprir prazos estipulados em dezembro passado – eles não são de responsabilidade, porém, do Ministério dos Transportes, mas sim da Infraero, ligada à pasta da Defesa. Em Guarulhos (SP), por exemplo, as obras na pista, interrompidas a pedido das empresas aéreas, deveriam ter sido retomadas até 30 de março. No entanto, isso não ocorreu até agora. A Infraero informou que os trabalhos serão reiniciados em 8 de agosto, após o período de férias, e a previsão é que a obra seja concluída na primeira quinzena de dezembro.

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